quarta-feira, 3 de abril de 2013

Got Talent Brasil investe no show e acerta

A Record promoveu na última terça, 02, sua principal estreia do primeiro semestre - deixando de lado as estreias na área da dramaturgia. Sob o comando de Rafael Cortez, entrou no ar, com alguns poucos minutos de atraso, o Got Talent Brasil, show que vinha recebendo tratamento de super produção desde os primeiros teasers divulgados e que causava comoção e curiosidade, pois o Brasil já havia tido um programa parecido, o Qual é o seu Talento, do SBT.

Logo de princípio é preciso dizer que este é um formato absolutamente arriscado no Brasil. Levando-se em consideração o investimento e as pretensões de brigar pela liderança de audiência em qualquer faixa de horário, não se pode dizer que este seja o show ideal para a Record. Um formato que parece ter uma audiência fixa, porém apenas razoável, e que dificilmente se tornará um fenômeno nos números de audiência, mas que ainda assim, pode render bons frutos.

Os primeiros minutos dessa estreia foram um pouco constrangedores. Na tentativa de mostrar que se tratava de uma produção gigante, a Record mirou na Globo, mas acertou no SBT e acabou apresentando uma introdução tosca, com grafismo e esquetes absolutamente bregas e que em nada lembrava a ideia de grande show. Uma espécie de "novo rico" que não sabe se comportar, foi a primeira impressão. Ainda bem que foi apenas a primeira impressão.

O tratamento dado pela emissora ao programa certamente foi o ponto alto da noite. Com plateia de mil pessoas, diversas câmeras, fotografia impecável e trilha sonora intimista, a estreia do Got Talent Brasil acabou ganhando ares de super produção e mostrou-se um acerto da emissora da Barra Funda. A edição caprichou nos takes e na escolha dos participantes que foram ao ar logo na estreia, mostrando segurança nos cortes e nas cores das imagens.

Os jurados foram, sem dúvida, a grata surpresa da noite. Milton Cunha, embora precise melhorar urgentemente seu tom de voz, mostrou-se seguro e bastante a vontade diante do formato, com opiniões fortes e quase sempre técnicas e detalhistas. Sidney Magal mostrou ser o show man que o consagrou no Brasil e cumpriu seu papel de chamar para si a responsabilidade do show. Daniel Cicarelli, por sua vez, destacou-se como a representante do público na bancada. Cheia de caras e bocas, a moça conseguiu arrancar boas gargalhadas, além de fazer observações interessantes.

Dois pontos baixos na estreia. Rafael Cortez mostrou-se nervoso demais e acabou se equivocando em muitos momentos. Mantendo a mesma postura que o consagrou no CQC, o apresentador falou de forma muito rápida, o que é mortal para a apresentação de um programa de variedades, e também fez muitas piadas que não combinam muito com o formato. Precisa melhorar. E a direção também deixou de lado os participantes, suas histórias de vida e carisma. Sem isso, o público não tem com o que se prender, fora as apresentações, o que pode sugerir um telespectador desatento e desinteressado. É preciso focar mais nos participantes para criar cumplicidade com o público.

De qualquer forma Got Talent Brasil entrou no ar com uma estreia boa e como uma super-produção. É preciso aparar as arestas e melhorar, mas o primeiro olhar foi bastante promissor e é possível vislumbrar vida longa para este programa. É esperar para ver.

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