sexta-feira, 13 de julho de 2012

Do que Cheias de Charme é capaz?

Em 77 capítulos exibidos parece claro que Cheias de Charme, novela das 19 Horas assinada pela dupla iniciante Felipe Miguez e Isabel de Oliveira, não é apenas mais um dos muitos sucessos que a Rede Globo produziu no campo da teledramaturgia. A novela deixou de ser sucesso e se tornou um fenômeno, coisa rara, mesmo na emissora.

A impressionante qualidade do roteiro, a incrível capacidade dos autores em promoverem um texto redondo, com núcleos bem distribuídos e histórias para todos os gostos - drama e comédia na dosagem ideal - surpreende a cada dia mais. Quando parece que o folhetim está ficando morno, entrando na famosa fase da barriga, novamente o público é surpreendido com uma sucessão de capítulos de qualidade impar, como vem acontecendo nesta semana.

O elenco parece preparado para fazer horrores. Cláudia Abreu parece incapaz de limitar-se e deixar Chayene no piloto automático. A atriz se renovou com a personagem e, mesmo durante a novela, não cansa de se renovar e protagonizar cenas instigantes de tão divertidas. O mesmo ocorre com Taís Araújo que se reinventou como atriz no papel de Penha. Se Taís está em cena, é certeza de qualidade. O elenco todo é tão redondo que não há um destaque negativo, tudo funciona surpreendentemente bem.

Os números de novela das 21 Horas que Cheias de Charme vem alcançando é apenas uma consequência do trabalho sóbrio e muito bem produzido. Roteiro de qualidade, direção feliz - aliás, Denise Saraceni arrasando nesta obra - elenco afiadíssimo e público deixou de ser apenas telespectador e se tornou cúmplice do projeto. 

Como eu já havia dito, Cheias de Charme não teria meio termo. Ou seria um retumbante fracasso ou um estrondoso sucesso. O que era impossível imaginar é que não seria apenas sucesso, mas um fenômeno de audiência e de repercussão como há muito tempo não se via. A cada dia essa trama se renova e os números não param de subir, parafraseando o que Faustão disse no capítulo de hoje para as Empreguetes, o céu é o limite para esta novela.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Comparativo de Audiência - 18 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 18 Horas até o capítulo 110


Amor Eterno Amor: 23,10
A Vida da Gente: 22,05
Cordel Encantado: 25,70
Araguaia: 22,16
Escrito nas Estrelas: 25,90
Cama de Gato: 23,45
Paraíso: 24,49
Negócio da China: 20,58
Ciranda de Pedra: 21,97
Desejo Proibido: 22,49
Eterna Magia: 26,00
O Profeta: 31,82
Sinhá Moça: 33,11
Alma Gêmea: 36,55
Como uma Onda: 25,59
Cabocla: 33,42
Chocolate com Pimenta: 33,85
Agora é que são Elas: 27,59
Sabor da Paixão: 24,10

Comparativo de Audiência - 21 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 21 Horas até o capítulo 90


Avenida Brasil: 37,52
Fina Estampa: 38,59
Insensato Coração: 32,36
Passione: 32,31
Vivera Vida: 35,08
Caminho das Índias: 35,17
A Favorita: 37,07
Duas Caras: 38,24
Paraíso Tropical: 40,42
Páginas da Vida: 48,52
Belíssima: 45,44
América: 45,20
Senhora do Destino: 46,18
Celebridade: 42,04
Mulheres Apaixonadas: 42,59
Esperança: 39,16

Comparativo de Audiência - 19 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 19 Horas até o capítulo 70


Cheias de Charme: 30,49
Aquele Beijo: 25,64
Morde e Assopra: 27,23
Tititi: 28,66
Tempos Modernos: 22,50
Caras e Bocas: 28,30
Três Irmãs: 26,14
Beleza Pura: 28,01
Sete Pecados: 30,72
Pé na Jaca: 30,21
Cobras e Lagartos: 34,04
Bang Bang: 28,11
A Lua me Disse: 31,43
Começar de Novo: 33,99
Da cor do Pecado: 40,23
Kubanakan: 36,74
O Beijo do Vampiro: 29,17
Desejos de Mulher: 29,56

Vídeo Show se renova e vive grande fase

Vídeo Show é um dos pilares da programação da Rede Globo. No ar desde 1983, o programa foi criado com a intenção de servir como base de divulgação dos outros programas da casa. Assim, além de prestar um trabalho de entretenimento, mostrando bastidores de novelas, shows e até de jornalísticos, satisfazendo a curiosidade do público, o programa também ajudou a divulgar a programação da emissora e, assim, acostumar o telespectador com isso.

Agora, prestes a completar 30 anos no ar, o show mostra que é preciso criatividade e fôlego para se manter no ar. Perdendo muita audiência, não necessariamente para a concorrência, o que se verifica prioritariamente é uma mudança do perfil do público vespertino que diminuiu drasticamente seu olhar para a TV aberta, a direção precisou se mexer para dar um sopro de inventividade e, assim, justificar que o programa não fosse retirado da grade.

Após um ano muito difícil em 2011, cujos equívocos da direção saltavam aos olhos e, o público se afastou completamente do Vídeo-Show, optando por outros programas e, com isso, fazendo com que a concorrência chegasse a ultrapassar a Globo na liderança de audiência em alguns momentos, 2012 parece ser um ano bem mais tranquilo e promissor.

Se a responsabilidade pelos equívocos no formato de 2011 foram atribuídos à direção - e com razão - os acertos de 2012 também devem ser creditados a ela. Boninho, diretor de núcleo do programa, mostrou-se plenamente capaz de reerguer e salvar o Vídeo-Show. É bem verdade que no ano passado sua experiência mostrou-se equivocada, mas ele não demonstrou desespero e soube costurar correções, inserir novos quadros e dar fôlego ao programa.

O atual momento é promissor. Os quadros chamam o interesse do telespectador e consegue, com maestria, brincar com o imaginário do público. A ideia de se trabalhar em duas frentes, a divulgação da atual programação da Globo saciando a curiosidade do público sobre determinado produto e, ao mesmo tempo, levar nostalgia para a telinha relembrando os grandes sucessos da emissora, foi a receita ideal para agregar público ao programa e vem dando resultados.

É bem verdade que a apresentação ainda é o calcanhar de aquiles do novo modelo do programa. André Marques e Ana Furtado não conseguem transmitir qualquer química na frente das câmeras e não agradam. Porém, é preciso reconhecer que, muito disso se deve ao roteiro extremamente superficial que lhes é entregue. Os diálogos irreais e sem nenhuma naturalidade de ambos é mais culpa de um roteiro que não explora com mais cuidado e não lhes dá o poder de improviso. Talvez porque eles não consigam improvisar, mas o fato é que o roteiro não colabora e é o ajuste que falta para o programa se tornar imperdível.

O Vídeo-Show vive uma excelente fase e é a melhor opção vespertina para o telespectador. Está longe de ser o programa sensacional que foi no fim da década de 90 com a brilhante apresentação de Miguel Fallabella, mas está infinitamente melhor do que vinha sendo nos últimos anos. O mais importante é que deixou de ser um programa que parecia tapa-buraco e voltou a ganhar vida. Vale a pena conferir.

domingo, 8 de julho de 2012

Máscaras melhorou, mas ainda apresenta problemas

Após a polêmica carta publicada por parte do elenco de Máscaras em que demonstram bastante carinho para com o autor Lauro César Muniz e para com o trabalho junto ao folhetim, pedindo para que a imprensa olhasse com mais cuidado as mudanças no rumo da trama, realizados justamente por conta das críticas que a novela sofreu em sua primeira parte, o blog resolveu acompanhar a semana inteira para verificar se, de fato, houve mudanças.

A primeira e óbvia constatação é que Máscaras melhorou. Muito. Não há o que se discutir quanto a isso. A mudança de diretor fez muito bem para os trabalhos, pois ele conseguiu fazer uma leitura muito mais consciente do que o roteiro do autor pedia. Uma direção que deixou de ser observadora e se tornou praticamente personagem, minimalista. O diretor optou por takes fortes e posicionamento de câmeras muito mais fechados, o que cria maior intimidade entre personagens e público. Um primeiro acerto. A direção contribuiu ainda com a significativa melhora na fotografia que, antes, prejudicava demais quem assistia e, agora, acertou o tom.

O texto de Lauro César Muniz também mudou de rumos. Por mais que seja difícil concluir que a primeira parte do roteiro fosse ruim, era evidente que estava equivocada por ser exageradamente dúbia e de difícil compreensão das grandes massas. O autor desceu uns três tons na composição dos diálogos e, principalmente, acertou a mão nas sequências das cenas que passaram a ter muito mais ligação, continuidade e facilitaram a compreensão do telespectador.

Porém, ainda há traços de um pseudo-cult no texto. Os retoques que Lauro dá aos diálogos quase sempre soam falsos porque não agrega à história e torna-se impossível comprar a ideia. Ouvir Jonas Bloch comentando a política americana e, em questão de segundos, dizer-se conselheiro de senadores e deputados brasileiros, soa tão falso que a ironia parece muito mais momento de stand up comedy. 

Lauro César optou por acelerar o ritmo da trama policial e fez bem. Sem mistérios mirabolantes, a história encorpou e começou a fazer sentido. O equívoco, talvez, fique por conta das cenas mais quentes, com direito a sexo selvagem. Uma ou outra vez é bem vindo este recurso, pois faz parte da linha narrativa, mas quando acontece várias vezes, torna-se apelação.

O grande problema desta nova fase de Máscaras, contudo, é o que se viu desde o início. O elenco não consegue transmitir verdade. Exceção feita ao brilhante trabalho de Paloma Duarte e de Jonas Bloch, nenhum outro membro do elenco merece destaque por acertar o tom na composição das personagens. Fernando Pavão está completamente perdido em cena e é impossível torcer pelo seu protagonista. Quando o elenco não erra pela timidez e, consequentemente, superficialidade, erra pelo exagero. É o caso de Mirian Freeland que, após um começo intenso, retornou ao folhetim completamente infantilizada e sem força alguma, deixando sua personagem caricata ao extremo.

Máscaras, mesmo com as mudanças, está longe de ser o melhor trabalho de Lauro César Muniz e não chega aos pés de sua ótima obra, Poder Paralelo. Ainda assim, é preciso reconhecer o esforço conjunto dos profissionais envolvidos com essa novela que, pelo público, mudou para melhor. Há de se elogiar a intenção. O resultado merece elogios também, mas com ressalvas.

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