sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Balacobaco é remake de Kubanakan

Estreou na última quinta-feira, 04, a nova novela da Rede Record. Com assinatura de Gisele Joras (Bela, a Feia), a nova trama chegou ao ar com muita responsabilidade. Na pior crise recente da emissora, todas as fichas foram apostadas em Balacobaco na tentativa de recuperar parte da audiência perdida durante a catastrófica exibição de sua antecessora, Máscaras.

Se é difícil julgar uma obra pelo primeiro capítulo, fazer qualquer parecer neste caso se torna praticamente inviável. Uma série de fatores está em jogo e é impossível dizer se a novela irá recuperar a audiência perdida, pois isso também passa pela perda de audiência que a emissora vem sofrendo em toda a sua grade de programação. Mais do que isso, não é possível fazer qualquer prognóstico simplesmente porque a estreia não indicou absolutamente nada.

A grande aposta do mote de Balacobaco é um tiro no escuro. Não é a primeira vez que a teledramaturgia da Record segue este caminho em dar um giro na sua estrutura estilística. Com Ribeirão do Tempo o autor Marcílio Moraes tentou reviver o modelo de folhetins do horário das 18 Horas em meados dos anos 80 e o resultado não agradou, a novela passou quase despercebida pelo grande público.

O tiro do momento é focar-se no horário das 19 Horas. Não no que ele apresentou de melhor, como Cheias de Charme ou Cobras e Lagartos, mas em fenômenos de audiência que conquistava números de forma fácil. Balacobaco é a Kubanakan da Record e por isso o título deste texto brinca com o assunto. Até o título da novela - sem nenhum sentido - cumpriu este objetivo. O risco é grande, mas pode dar certo, desde que o público que assiste novelas às 19 Horas esteja disposto a assisti-la quase 11 da noite.

Nesta estreia ficou claro que o objetivo da novela é apresentar diálogos leves, divertidos e situações cômicas canastronas. Não há qualquer compromisso com a seriedade ou a profundidade e nem se quer ter. O estilo dos diálogos é direto e prático, um dos pontos altos do primeiro capítulo, inclusive. O problema diante disso, infelizmente, é o frágil elenco que o folhetim apresentou. A maioria das cenas deu-se a impressão que o elenco participava de um jogral sem vida em que o texto era quase cantado, sem transmitir nenhuma verdade. Exceção a Solange Couto que já arrasou desde o primeiro segundo que apareceu. Mas é preciso que se frise, o texto estava muito bom.

Mesmo que o diálogo tenha sido o ponto alto da história, Gisele Joras deixou claro neste primeiro momento. É provável que Balacobaco nem tenha sinopse pelo simples fato de que não há uma história. Não existe mote, não existiu apresentação de personagens, tudo foi jogado na tela como se já existisse há muito tempo, simplesmente porque não se quer contar uma história, o objetivo é apenas divertir. Cada cena da novela é quase uma esquete de humor, exatamente como algumas novelas do horário das 19 Horas e que fizeram muito sucesso.

A direção do folhetim teve altos e baixos, num primeiro momento acertou o tom com as cores, a cenografia e o figurino, mas errou a mão nos efeitos especiais e na direção das cenas, não contribuindo para que o elenco se aprofundasse. Os equívocos de interpretação de Juliana Silveira em quase todas as cenas foram desmérito de quem dirigiu as cenas que optou por um tom equivocado - a atriz também não compôs uma personagem forte o suficiente para protagonizar uma novela.

Se vai fazer sucesso só o tempo dirá, o fato é que a aposta de Balacobaco é conquistar audiência pelo humor, sem contar história alguma. Pode ser que a trama recupere a audiência perdida, mas jamais irá conseguir repercutir, pois não há como o público passar horas conversando sobre a trama, justamente porque não existe trama, existe um amontoado de personagens tentando fazer o público rir. Há quem goste.

2 Quebraram tudo:

Paulo Jr. disse...

Tá certo, eu não queria acreditar, mas você claramente tem uma predileção pela Globo. A estréia dessa novela foi muito melhor do que a de Guerra dos Sexos, que é essa sim cheia de equívocos. Apesar de eu ter achado a trilha sonora um ponto extremamente fraco, e o texto EXTREMAMENTE didático (contando as coisas ao invés de mostrar) a novela apresentou, sim, uma trama. E teve partes sérias também.

Bianca disse...

eu também fiquei impressionada com sua critica do primeiro capitulo de Guerra dos Sexos. achei fraca, cheia de falhas... nós vimos novelas diferentes, acho.

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