segunda-feira, 24 de setembro de 2012

The Voice Brasil acerta e faz bela estreia

Depois de muitos anos sem se aventurar pelo terreno dos Realities musicais - após a exibição discreta do Fama - a Rede Globo voltou a apostar neste tipo de filão que arrebata milhões de fãs nos EUA e ao redor do mundo com a estreia da versão brasileira do mais recente sucesso neste formato: The Voice.

Os fãs do Reality americano estavam ansiosos e ao mesmo tempo temerosos com a estreia, uma vez que a experiência com as adaptações brasileiras do formato não tem sido das mais felizes - American Idol viu seu formato destruído pela Rede Record com a exibição do Ídolos. Porém, bastou a apresentação dos técnicos e a abertura para ficar claro que a Globo investia alto na produção e a ideia era levar ao ar um programa de altíssima qualidade, quando comparado a outros do mesmo estilo no país.

Ao contrário da concorrência, a direção do programa, sob os cuidados de Boninho, investiu exclusivamente nos candidatos de qualidade, eliminando as bizarrices que o brasileiro está acostumado a ver em Realities. É bem verdade que o formato do The Voice é assim em praticamente todos os lugares, portanto, não chegou a ser uma grande surpresa esta decisão, porém, como a TV brasileira sempre investe no diferente e estranho, havia expectativas sobre essa decisão.

O alto nível dos concorrentes foi o que chamou a atenção num primeiro momento. A pré-seleção certamente foi bastante rígida, pois apenas candidatos de muita qualidade subiram ao palco do programa para se apresentarem para os técnicos. Isso é uma demonstração clara de que a disputa será acirrada e de que, ao menos musicalmente, pode-se esperar um grande programa.

A edição também merece elogios. Com cortes de câmera interessantes e sem tempo para muito rodeio, o telespectador teve a chance de ver um programa leve e muito ágil, graças ao trabalho dos editores que separaram um ótimo material para levar ao ar. Com direção firme e edição de qualidade, ficou claro que, tecnicamente, a estreia foi bem acima do esperado.

O cenário foi um dos poucos senões desta estreia. Tímido e muito pequeno, acabou dando a impressão que todos - técnicos, concorrentes e públicos - estavam encolhidos para caber naquele espaço que acabava por se parecer com um cubículo. Por conta do espaço, provavelmente, a presença do público acabou sendo bastante discreta e incomodou em alguns momentos, pois não parecia uma apresentação ao vivo com presença de plateia.

Os técnicos, por sua vez, chamaram a atenção por tentar demonstrar tranquilidade e estarem à vontade no formato. Lulu Santos e Carlinhos Brown se esforçaram para demonstrar técnica na avaliação dos candidatos  e conseguiram apresentar muito conhecido, porém, em alguns momentos, as análises ficaram modorrentas. Daniel, num esforço hercúleo para ser leve e divertido, acabou fazendo piadas sem graça e se tornando o jurado mais deslocado. O grande destaque, contudo, foi Cláudia Leitte. Extremamente à vontade, a cantora fez caras e bocas durante as apresentações e comentários hilários, além de praticamente implorar para candidatos fazerem parte de seu time.

O grande equívoco dos técnicos, talvez, tenham sido os comentários dos reprovados - e também dos aprovados. A preocupação em elogiar todos para que ninguém desanimasse incomodou bastante, pois faltou o tom ácido que este tipo de formato tanto agrada. Talvez por ser a estreia ninguém se sentiu seguro para fazer críticas mais duras, esperemos os próximos programas.

Tiago Leifert enquanto apresentador surpreendeu bastante. Ao mostrar que fez o dever de casa, o jornalista optou por um caminho discreto, bem diferente do que o telespectador se acostumou a ver quando ele apresentava o Globo Esporte e o Central da Copa. Com poucas falas, entrevistas rápidas e perguntas diretas, ele não teve grande destaque, mas soube tornar-se praticamente invisível, deixando com que os candidatos e os técnicos brilhassem. Difícil dizer se o caminho da discrição seja o melhor para ele, num primeiro momento surtiu efeito, mas é preciso aguardar as outras fases.

A estreia do The Voice Brasil surpreendeu pela qualidade técnica e, mesmo apresentando alto nível de seus concorrentes, serviu para divertir em muitos momentos. A Globo acertou em cheio nesta estreia e a expectativa agora é que a produção mantenha a qualidade e vá deixando todos os envolvidos cada vez mais à vontade nos próximos programas.

1 Quebraram tudo:

victor0312 disse...

Gostei do texto, a única coisa q eu discordo é sobre os jurados, o Carlinhos Brown e o Lulu foram bem, o Daniel eu achei q foi muito bem tambem, inclusive acho q algumas pessoas implicam somente por birra, até o culpando por ele n ter escolhido um candidato sendo q cada técnico tem o direito de escolher quem quiser. E sobre a Claudia Leite mesmo gostando dela, eu tive a sensação dela estar forçando um pouco a barra as vezes, com choro essas coisas, mas da pra entender q se faz qualquer coisa pra levar o candidato. A unica decepção mesmo foi o cenário, q poderia ser algo um pouco mais 'grandioso', tinha a sensação q o participante tava quase em cima da banda.

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