sexta-feira, 1 de junho de 2012

Carrossel conquista pela inocência

Com praticamente duas semanas no ar, a sensação do momento na TV brasileira, Carrossel parece incapaz de conhecer qualquer limite e dia após dia vem quebrando recordes de audiência. Quem assiste a novela com um olhar mais crítico não vê qualquer justificativa para tamanho sucesso, visto que a produção tem claros sinais de problemas e dificuldades enfrentadas. Elenco fraco - as crianças insistem em recitar o texto como se estivessem num teatro escolar - é o principal deles.

Mas quem assiste cinco minutos da novelinha não consegue mais abandonar. Íris Abravanel entendeu perfeitamente a proposta de roteiro e, ao adaptar a produção para o Brasil e numa trama atual conseguiu manter a essência. A direção também tem seus méritos por ter ousado - e esta é a palavra - abandonando todos os recursos modernos e apostando na inocência. É a inocência de roteiro e direção criada nas situações do cotidiano das crianças que tornam a novela irresistível.

Os dramas enfrentados pelas personagens comovem e vem rendendo inúmeras discussões pelo país - tanto nas Redes Sociais quanto em ambientes coletivos. O incrível é que não são apenas crianças que foram conquistadas pela novela, ela se transformou numa espécie de momento em família diante da TV, coisa que era comum nos idos dos anos 90 no SBT e que a emissora havia perdido ao longo dos anos. Pais e filhos assistem juntos a uma produção pobre, mas que tem muito a ensinar sobre valor humano e, principalmente, consegue mostrar a essência infantil.

O grande mérito de Carrossel, sem dúvida alguma, não é ter recolocado o SBT no cenário pela briga de audiência e pela repercussão na mídia. Isso é excelente para a emissora, mas é apenas uma consequência do trabalho. A vitória, contudo, de toda a equipe, é ter conseguido provar que, em pleno 2012, na era digital em que crianças passam horas e horas diante de um computador, preferem jogar vídeo-game a brincar com amigos, é possível recuperar a inocência infantil. 

Carrossel prova que as crianças não querem apenas violência na TV, não querem urgência em crescer, não têm ânsia por entender de sexualidade. Elas também querem ser apenas crianças.

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