terça-feira, 12 de junho de 2012

Avenida Brasil em um momento antológico

Pode soar repetitivo falar novamente de Avenida Brasil. O ideal é que busque se falar de temas variados no ambiente da televisão brasileira e, a bem da verdade, assuntos são nunca faltam, uma vez que nossa TV é rica em produzir novidades - nem sempre tão agradáveis como todos nós gostaríamos, é preciso salientar também - e assim tudo fique coberto sob a análise e possa suscitar a discussão mais elaborada e levar nossos leitores à reflexão.

Porém, torna-se inevitável repetir-se dentro de um mesmo assunto quanto este é o que há de melhor na teledramaturgia nacional. Pode-se dizer que a audiência de Cheias de Charme a coloque como o maior fenômeno da TV brasileira nos últimos anos. Também pode-se dizer que Carrossel é um fenômeno de audiência e repercussão. Mas é praticamente impossível questionar que, em termos de qualidade técnica e de conteúdo, Avenida Brasil é a cereja do bolo da televisão atual.

Prova disso foi mais um dos muitos brilhantes capítulos levados ao ar ao longo de sua exibição. Na última segunda (11) o telespectador se viu diante de - novamente - o melhor capítulo da novela e que entra facilmente para um dos melhores capítulo exibidos na Rede Globo nos últimos anos. O impecável texto de João Emanuel Carneiro casou com perfeição em todas as cenas muito bem dirigidas e que teve atuações épicas de seu elenco.

Mesmo as cenas escapistas, o afogo cômico necessário para não enlouquecer quem assiste à trama central, foi impressionantemente acima da crítica. A sequência que reuniu Verônica (Débora Bloch), Noêmia (Camila Morgado) e Aléxia (Carolina Ferraz) foi hilária e digna de nota. Assim como o momento em que Monalisa (Heloisa Perissé) descobre que Silas (Airlton Graça) mentiu sobre estar doente. Tudo funcionou com tamanha sintonia que foi impossível não rir.

Mas a trama central que tornou épico este capítulo merece muitos e muitos elogios. A começar pela sequência em que Tufão questiona Carminha com a verdade acerca de Jorginho (Cauã Reymond). Murilo Benício e Adriana Esteves deram um show de interpretação, mantendo toda a cena em alta tensão, com emoção crescente e transformaram o brilhante texto do autor num dos melhores diálogos já exibidos pela TV brasileira nos últimos tempos.

A sequência desta cena, com Carminha confessando toda a verdade para a família de Tufão também foi brilhante. Novamente brilhou o talento de Adriana Esteves, mas todos em cena estiveram igualmente perfeitos e conseguiram dar o tom sombrio que a cena necessitava. Um elenco que entende da arte de interpretar nas mãos de diretores muito mais do que simplesmente competentes.

Como se tudo isso não bastasse, o capítulo ainda contou com dois momentos antológicos de Nina. O primeiro, às escondidas como sempre, assistindo de camarote a derrocada de Carminha e com um sorriso pérfido no rosto e, em outro momento, pedindo para ir embora com Tufão, caso ele se separasse da esposa. Débora Falabella que sempre foi correta no papel vem crescendo, já foi destaque neste espaço, e transforma sua personagem numa protagonista memorável.

Avenida Brasil vem mostrando-se como uma das melhores, senão a melhor novela já exibida, e está virando comum cada capítulo ser melhor que o anterior. Para os fãs da teledramaturgia é um prato cheio poder apreciar "in loco" uma obra tão bem planejada e executada com maestria.

0 Quebraram tudo:

Postar um comentário

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira