sábado, 19 de novembro de 2011

Nome: Grazi Massafera. Codinome: Talento

Desde que estreou, a novela das 19 Horas da Rede Globo, vem apresentando um sem fim de talentos que não se cansam de se destacar. Aquele Beijo soube reunir muito bem seu elenco e dar espaço a todos os nomes como Cláudia Jimenez, Diogo Vilela, Marília Pêra e Herson Capri e a excelente Giovanna Antonelli. Ainda assim, mesmo com a trama no início, um nome começa a se destacar: Grazi Massafera.

A atriz é um exemplo claro de que é possível aproveitar as oportunidades para vencer na vida exclusivamente pelo talento. Com a fama repentina graças a sua esfuziante participação no Big Brother Brasil, Grazi nunca quis ser conhecida apenas como uma ex-BBB e foi a luta para mudar isso. Com participações excelentes no programa Caldeirão do Huck que lhe deram maturidade diante da TV, a moça estudou - e como estudou - para ser atriz e conseguir galgar seu próprio espaço.

Hoje, ainda em início de carreira, ela é segura de si, sabe defender sua personagem com rara qualidade e enche nossa tela quando está em cena. Desde que surgiu em Páginas da Vida era possível notar que havia talento para ela, mas em seu primeiro trabalho como atriz e, no seguinte, em Desejo Proibido, via-se talento e esforço, mas ainda faltava um longo caminho.

Não falta mais, com estudo e a experiência de mais duas novelas em seu currículo - Negócio da China e Tempos Modernos - a jovem foi inteligente para aproveitar a oportunidade única que teve e construir uma carreira sólida. Grazi domina todas as técnicas de atuação e vem dando um show de interpretação no folhetim de Miguel Fallabella.

Evidente que ela tem muito talento e também é evidente que ela estudou e se preparou bastante, mas muito disso se deve a sua inteligência em escolher personagens diferentes umas das outras. Para uma atriz iniciante com boas oportunidades, ficar marcada para sempre com um mesmo tipo de personagem pode significar parar no tempo e estagnar-se nos desafios que a interpretação permite. E Grazi soube aceitar papéis diferentes uns dos outros e que exigiam a cada novo desafio uma nova proposta, um novo conhecimento e novos comportamentos, que a fez crescer muito.

Mesmo diante de nomes consagrados da teledramaturgia brasileira é possível dizer sem qualquer medo de errar que Grazi Massafera é, atualmente, o principal destaque de Aquele Beijo. Se ela queria não ser reconhecida como ex-BBB, mas como uma atriz de qualidade, parabéns. Conseguiu.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fina Estampa e as histórias da Carochinha

Creio eu que, sequer um terapeuta conseguiria se aprofundar assim, de bate e pronto, numa análise sobre Fina Estampa no que tange encontrar respostas para uma pergunta tão simples: O que houve que, de repente, o público reencontrou-se com o horário e faz a trama bater recordes de audiência como há muito tempo não se via?

Na internet e entre os críticos especializados, temos visto dois tipos de análises simplórias sobre o tema: os fãs do folhetim e de seu autor Aguinaldo Silva que, juntos, formam um ego tão inflado que mal cabe na Terra e que defendem que a novela dá esta audiência simplesmente porque é boa e feita para o público, ou seja, Aguinaldo Silva dá o que o público quer e por isso a audiência responde. O outro grupo forma-se com os críticos vorazes - como este que vos fala - e que resumem o sucesso de Fina Estampa com a justificativa de que o roteiro segue o caminho fácil, com o popular, no mau sentido da palavra, e que usa de clichês para atingir o objetivo.

Quem tem razão? Sabe-se apenas de uma coisa: Fina Estampa não para de bater recordes de audiência e, de repente, transformou-se num fenômeno de repercussão pelo país, recuperando completamente o horário das 21 Horas. Isto é um fato incontestável, a partir daí, são análises, quase sempre subjetivas, mas tentemos ser práticos diante disso.

É bem verdade que Aguinaldo Silva usa o popular para tentar cair no gosto do telespectador, mas não é possível enxergar nisso o sucesso de audiência, afinal, esta tentativa também ocorreu com Duas Caras - obra anterior do autor - que, sofreu com a audiência por muito tempo e não teve 10% da repercussão do atual folhetim. Também é verdade que a trama tem diversos problemas - e a revisitação de suas obras não é uma delas, que fique claro - principalmente nos diálogos irreais, didáticos e extremamente superficiais, carregados de exageros, clichês e caricaturas que irritam e, isso prejudica completamente a qualidade da trama.



Há quem goste e há quem não goste de Fina Estampa, mas, verdade seja dita, é impossível ignorar a novela das 21 Horas. Aguinaldo Silva conseguiu o objetivo de levar para o meio da discussão sua novela e, por puro mérito do experiente autor, com um caminho muito mais simples do que se imaginava. Ignorando qualquer inovação, esquecendo a máxima de que o público busca inovação, Aguinaldo faz algo simples com sua trama: não tem medo de contar histórias.

Quando prometeu que iria fazer de Fina Estampa um folhetim movimentado - talvez o mais movimentado de sua história como novelista - o autor não estava brincando. Em 75 capítulos já aconteceram mais coisas na novela que em suas antecessoras juntas. Ela usou o caminho contrário de Insensato Coração que foi modorrenta até o capítulo 100 e também foi por outro caminho ao invés de mostrar tudo com pressa, como aconteceu com Passione.

Janete Clair não se cansava de dizer que um novelista não deveria ter medo de esgotar suas histórias. Para evitar barrigas, deveria contar todas as histórias até o fim e, depois, se a novela não acabasse, começasse a contar outras, afinal, ele é pago justamente para isso, criar histórias. 

E Aguinaldo Silva parece ter muitas histórias para contar porque não se cansa de esgotar as histórias para, na semana seguinte, começar novas. Como nas histórias da Carochinha, Fina Estampa parece ter mil tramas para serem mostradas. Se elas agradam, se são inspirações ou histórias requentadas, essa é outra discussão, mas a fórmula de contar fazer a novela andar esgotando as tramas e começando novas, parece que funciona, e muito bem.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Comparativo de Audiência - 21 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 21 Horas até o capítulo 70


Fina Estampa: 38,03
Insensato Coração: 32,04
Passione: 32,00
Viver a Vida: 35,56
Caminho das Índias: 34,64
A Favorita: 37,04
Duas Caras: 38,41
Paraíso Tropical: 39,56
Páginas da Vida: 48,49
Belíssima: 44,61
América: 44,89
Senhora do Destino: 45,89
Celebridade: 41,70
Mulheres Apaixonadas: 41,17
Esperança: 39,20
O Clone: 42.59

Comparativo de Audiência - 18 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 18 Horas até o capítulo 40


A Vida da Gente: 21,53
Cordel Encantado: 24,30
Araguaia: 21,55
Escrito nas Estrelas: 25,60
Cama de Gato: 24,63
Paraíso: 22,38
Negócio da China: 20,93
Ciranda de Pedra: 22,40
Desejo Proibido: 21,35
Eterna Magia: 26,30
O Profeta: 32,58
Sinhá Moça: 30,73
Alma Gêmea: 36,45
Como uma Onda: 25,00
Cabocla: 33,25
Chocolate com Pimenta: 36,68
Agora é que são elas: 25,98
Sabor da Paixão: 26,05
Coração de Estudante: 26,41

Comparativo de Audiência - 19 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 19 Horas até o capítulo 20


Aquele Beijo: 26,70
Morde e Assopra: 26,30
Tititi: 28,80
Tempos Modernos: 23,65
Caras e Bocas: 27,50
Três Irmãs: 28,35
Beleza Pura: 28,30
Sete Pecados: 30,55
Pé na Jaca: 33,55
Cobras e Lagartos: 31,30
Bang Bang: 31,75
A Lua me Disse: 30.85
Começar de Novo: 35,20
Da Cor do Pecado: 36,30
Kubanakan: 36,15
O Beijo do Vampiro: 29,50
Desejos de Mulher: 26,90

Pura Emoção em A Vida da Gente

Na última terça-feira, foi ao ar mais um capítulo de A Vida da Gente e, após algum tempo um tanto quanto morosa, a trama das 18 Horas voltou ao seu melhor ritmo, iniciando sua virada - e uma das mais aguardadas da sinopse desde que a história começou a ser divulgada - e levando o telespectador a se emocionar por diversas vezes em todas as sequências de um belo capítulo.

Privilegiando o roteiro rico e consistente, o capítulo focou completamente em dois pontos: a passagem de tempo e o relacionamento entre Manuela e Rodrigo. A passagem de tempo serviu como base para que o telespectador pudesse enxergar o crescimento de Júlia e também o fortalecimento da cumplicidade e troca entre o pai e a tia da garota. Essa passagem durou praticamente o primeiro bloco todo e foi da festa de um ano da menina até o aniversário de três anos, mostrando tudo: a primeira palavra, os primeiros passos, Júlia chamando Manu de mãe e até a Manu escrevendo no blog sobre o assunto para que Ana possa entender se um dia acordar do coma.

Com isso, o público conseguiu ficar a vontade e perceber o quanto Manuela e Rodrigo estão alinhados. Dois jovens que tiveram a vida completamente modificadas e, juntos, conseguiram reestruturar-se e cuidar de uma garotinha, deixando para trás as dores, e sacrificando-se pelo bem da menina. A novela mostrou o quanto a união e companheirismo dos dois fez com que ambos crescessem, amadurecessem e ficassem prontos para enfrentar a vida.

O cuidado da autora Lícia Manzo em desenvolver a relação dos dois merece aplausos, pois em nenhum momento soou falso ou forçado e, no tão aguardado primeiro beijo do casal, praticamente não houve rejeição do telespectador. Todos compreenderam o que o roteiro tentou passar: um amor que nasceu na cumplicidade, na troca e na experiência, impossível torcer contra.

Diante deste roteiro impecável, o público já começa a se dividir e, certamente vai se dividir ainda mais quando Ana voltar do coma, isso só prova o quanto o folhetim é bem amarrado, construído e foi muito bem planejado para mexer com as emoções do telespectador.

Num capítulo em que tudo funcionou: fotografia, trilha sonora e direção, impossível não apontar o principal destaque do elenco. Se ela já vinha, aos poucos, roubando a novela para si, no capítulo em questão, Marjorie Estiano mostrou-se completamente dona de A Vida da Gente. Com uma atuação madura, equilibrada, a atriz soube dar o tom certo que cada cena exigia, emocionou o telespectador por diversas vezes e mostrou que, dos protagonistas, é a melhor preparada, um talento e tanto.

Com um capítulo assim, A Vida da Gente preparou terreno para que outros dias cheios de emoções cheguem em nossas TVs e nos envolvam completamente, exatamente como uma boa novela deve fazer. E esta não é apenas boa, é ótima.

domingo, 13 de novembro de 2011

Por que Edir Macedo não perde a concessão da Rede Record?

São milhões as denúncias contra o Bispo Edir Macedo e sua Igreja Universal do Reino de Deus. Preso em meados dos anos 90 acusado de charlatanismo, ou seja, utilizar-se da fragilidade humana em busca da fé religiosa para apropriar-se indevidamente de seus bens e praticar enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e apoio ao narcotráfico, ele adquiriu a Rede Record e decidiu desafiar a Rede Globo que comprou a briga com ele na época.

Hoje, anos depois, o programa jornalístico de maior audiência da Rede Record - o Domingo Espetacular - levou ao ar uma produção televisiva - sim, me recuso a chamar isso de reportagem em respeito ao que se prega no jornalismo - atacando gratuitamente o movimento neo-pentecostal, mostrando vídeos, trechos de cultos tirados de seu contexto, sempre com a intenção de criticar que o "cai-cai" seja fruto do Espírito Santo.

A fé humana é algo absolutamente individual e, a priori, deve ser respeitada. Todo e qualquer ser humano tem o direito de discutir sobre a fé e apontar falhas teológicas, desde que em respeito ao próximo. Porém, uma emissora de TV, que é uma concessão pública, não tem o direito de criticar a fé alheia em detrimento de outras. Quando a Rede Globo fazia isso era criticada e não seria diferente agora.

Porém, é preciso entender melhor essa produção da emissora da Barra Funda. Muito longe de ser uma reportagem jornalística factual, ela veio cheia de meandros com vários pontos a serem discutidos: 1º - A Rede Record é mantida graças ao gordo patrocínio da IURD, também pertencente ao Edir Macedo. Quem viveu ou vive no meio cristão sabe que a IURD sequer é considerada cristã ou evangélica. Outros evangélicos não a consideram e não concordam com suas práticas. Depois de um crescimento gigantesco, a Igreja Universal começou a perder fiéis para as igrejas ditas neo-pentecostais. Ou seja, o faturamento de dízimos e ofertas caiu vertiginosamente e a melhor forma de tentar recuperar é atacando a concorrência.

2º - A IURD é muito criticada no meio evangélico justamente pela espetacularização do culto. Um dos pontos mais criticados no meio é o fato dos bispos da igreja realizarem entrevistas com demônios no púlpito e transmitido em Rede Nacional, é a tal sessão do descarrego. Reportagens sérias já mostraram os bastidores dessas sessões, mostraram a carga emocional envolvida - a mesma por trás do "cai cai" - e houve citação sobre isso no Domingo Espetacular? Claro que não, isso prejudicaria os rendimentos.

Ana Paula Valadão, no alto de seus 21 pontos no Faustão


3º - A Rede Record sabidamente odeia a Rede Globo. Essa produção televisiva mencionou a concorrente? Não diretamente, mas a intenção foi. Ao mostrar trechos de vídeos de Ana Paula Valadão, líder do Ministério de Louvor Diante do Trono - principal grupo musical do Brasil no meio gospel - a emissora mostrou seu desespero. O motivo é simples: Ana Paula Valadão e seu grupo fazem parte da Gravadora Som Livre, das Organizações Globo e mediou com os principais nomes do meio musical Gospel uma grande premiação nacional que será transmitida pela Rede Globo, o Troféu Promessas. Como se não bastasse, Ana Paula visitou o palco do Domingão do Faustão e, com show de simpatia e carisma, manteve a audiência em alta e atraiu olhares da cúpula global para um possível programa gospel em 2012. Atacar Ana Paula Valadão significa atacar a menina dos olhos gospel da Rede Globo.

Essas atitudes, utilizar uma emissora de TV que é uma concessão pública ao bel prazer de Edir Macedo, sempre com o objetivo de minar a concorrência religiosa é absurda e não deve ser tolerada. O que se viu no Domingo Espetacular foi uma produção intolerante, megalomaníaca e irresponsável e que caberia punição em qualquer país sério. Edir Macedo e sua trupe não tem o direito de decidir o que é verdade e o que é mentira na fé humana. Ao contrário do que sua produção fez, mostrando ápices emocionais - e isso é PESSOAL - ele deveria era se preocupar com as denúncias de armação em seus cultos religiosos e sessão do descarrego em que, há testemunhas nos processos, pessoas são pagas para FINGIREM estar possessas. Será que o Domingo Espetacular faria uma reportagem com o tema?

Galvão Bueno: um mito.

Depois de um dos maiores boatos dos últimos anos e de negociações tensas a Rede Globo anunciou que havia comprado os direitos de transmissão do UFC Combate, fenômeno que vem conquistando uma legião de fãs no mundo inteiro e que, há pouco tempo, levou a Rede TV! à liderança de audiência. E na noite do último sábado, a emissora realizou a sua primeira transmissão neste esporte.

Escalado pela cúpula da emissora para comandar a transmissão, ninguém menos que Galvão Bueno, o narrador mais conhecido e também mais controverso da história deste país. Logo quando o anúncio foi feito, telespectadores de todo o Brasil entraram no clima e começaram a falar do tema nas Redes Sociais, no twitter criaram a hashtag #galvãonoufc. A partir daí, o esporte, a luta e a novidade que era a emissora transmitindo uma luta violenta e que pouco combinava com sua grade de programação ficou para trás, o assunto era Galvão Bueno no UFC.

Até o programa esportivo participou do show. O Globo Esporte fez uma montagem em vídeo reunindo lutas do esporte ao som da narração de Galvão Bueno e suas pérolas, o resultado não poderia ser diferente, muitas risadas e aumentou ainda mais a ansiedade por parte do telespectador para saber como seria o desempenho do narrador.

Durante a narração o que se viu foi um Galvão Bueno extasiado como há muito não ocorria. Empolgado, cheio de vontade de fazer seu trabalho, o narrador vibrou mesmo antes da luta começar. Sem didatismo, tentou explicar como funcionava o esporte para o telespectador, tarefa difícil para um público que, provavelmente, pouco tinha ouvido falar do UFC, mas ainda assim ele conseguiu cumprir seu papel.

Pérolas como "Haja Coração", "adrenalina pura", "vai pra dentro" que o público já acostumou-se foram ditas e, Galvão já criou seu bordão para o novo esporte, ao referir-se aos lutadores como "gladiadores do terceiro milênio". Quem acompanhou o UFC pela Globo se divertiu, seja pela narração bem humorada e cheia de vida ou pela estrutura que a emissora criou.

De qualquer forma, impossível deixar de notar que Galvão Bueno se tornou o centro das atenções. Todos queriam vê-lo na narração, a maioria dos telespectadores nas Redes Sociais sequer comentaram sobre os lutadores ou a própria luta, todos falavam de Galvão Bueno que, ainda colocou a cereja no bolo ao gritar enlouquecidamente o nome do lutador vencedor e soltar: "Do Brasiiiiiil". O homem é ou não é um mito?

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira