sábado, 12 de novembro de 2011

O pulo do gato de Vidas em Jogo

Desde que estreou há muito tempo, Vidas em Jogo, principal folhetim da Rede Record, sofreu uma série de problemas, desde a fragilidade do roteiro apresentado, até problemas de composição de personagens em virtude da fraca atuação da maioria do casting da trama.

Mesmo assim, a autora Cristianne Fridmann, experiente pelo bom trabalho realizado em Chamas da Vida, manteve o foco de sua história e, mesmo com a audiência muito aquém do estabelecido pela emissora para o horário, preferiu não mudar a estrutura narrativa nem a linha de acontecimentos da história, o que poderia ser um perigo e um problema sério.

Não foi. Seguindo o mesmo caminho de Gilberto Braga e Ricardo Linhares com Insensato Coração, a autora optou por contar lentamente sua história na primeira parte do folhetim - e na da Record durou ainda mais tempo que os 100 capítulos da trama global - tudo para que o público soubesse de quais assuntos a novela tratava sem que houvesse ruído quando o momento da ação chegasse.

Isso pode ser criticado por deixar a novela com uma enorme barriga e lentidão, deixando tudo para a parte final. De fato, acontece, mas é impossível deixar de observar a significativa mudança de qualidade no roteiro de Vidas em Jogo. A novela manteve os pés no chão e, agora, consegue contar uma história sólida, sem falhas e que começa a chamar a atenção do público.

Difícil prever se a autora manterá o nível de qualidade dos capítulos até o fim, mas de qualquer forma, Vidas em Jogo se transformou completamente: deixou de ser uma novela sonolenta e cansativa e se tornou uma obra bem delineada e cheia de acontecimentos simultâneos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aquele Beijo é interessante, mas só

Após pouco mais de 20 capítulo exibidos, já é possível fazer uma análise um tanto quanto mais completa da nova novela das 7 da Rede Globo, Aquele Beijo. Com a responsabilidade de manter a média de 30 pontos para o horário - alcançada pelas duas antecessoras - a novela vem oscilando na audiência nestes primeiros capítulos, mas segue com números satisfatórios para um período inicial.

Com a marca carregada de seu autor, Miguel Fallabella, o folhetim é cheio de atalhos seguros para uma trama que chama a atenção do telespectador e que consegue fazer tudo funcionar desde a estreia. Sendo bastante carregada no humor crítico e debochado, grande estilo do autor, a produção consegue apresentar piadas reflexivas e, ao mesmo tempo, simples e até caricatas no melhor estilo pastelão, provocando o riso fácil.

Personagens como Iara (Cláudia Jimenez) abusam do humor pastelão, com qualidade, e conseguem provocar o telespectador e levá-lo às gargalhadas em poucos segundos, da mesma forma que Mirta (Jaqueline Laurence) que produz o riso, mas de forma mais crítica, reflexiva e, quase sempre com alguma crítica embutida.

No drama, também tudo funciona pelo melhor atalho, o de emocionar e envolver o telespectador. A história de Cláudia (Giovanna Antonelli) e Vicente (Ricardo Pereira) funcionou bem desde a estreia, também graças ao bom trabalho da dupla que conseguiu criar uma química interessante diante da tela e, ao show particular de Giovanna que está sendo a dona da trama até o momento.

Os grandes problemas de Aquele Beijo, contudo, são pontuais. O núcleo da "favela" não funciona em nenhum momento e com nenhuma personagem, pois não consegue transmitir a veracidade que tanto tenta. Personagens como os de Sheron Menezes e Fiuk não funcionam e chegam a irritar, assim como o de Herson Capri que incomoda, enquanto Marília Pêra continua discreta.

Aquele Beijo é uma novela bem interessante e que funciona bastante, mas não passa disso, momentos de entretenimento bacana, mas que não se torna imperdível e nem virá a ser um marco na história da teledramaturgia nacional.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O acerto do Domingão

A Rede Globo sempre enfrentou problemas de audiência aos domingos. Quem acompanha TV lembra-se das constantes vitórias do SBT na década de 90 e a liderança de Gugu Liberato, ainda na emissora de Sílvio Santos, por quase um ano durante as tardes de domingo.

Atualmente, o domingo continua sendo um problema para a emissora. Alguns programas vem sofrendo problemas de audiência e um destes é o Domingão do Faustão que enfrenta forte concorrência no horário - briga diretamente com programas como Eliana, Programa Sílvio Santos e Programa do Gugu - mas também enfrenta crise de identidade.

Não neste último domingo. Voltando a ser exibido em duas partes, a produção aproveitou-se dos acontecimentos dos últimos dias na mídia e usando a força de pertencer a principal emissora do país, soube pautar muito bem as duas partes do programa e o transformou entre toda a programação dominical da TV na principal exibição.

A primeira parte já foi promissora com a presença da dupla que interpreta o maior sucesso do humor atual do país, Valéria e Janete do Zorra Total. Numa entrevista descontraída, bem articulada e claramente preparada, tudo funcionou perfeitamente e foi uma ótima pedida para o público do horário.

Após o futebol, com outro tipo de público diante da TV, novo acerto. A entrevista com Zezé di Camargo e Luciano foi extremamente esclarecedora e bem produzida, apoiando-se nas imagens de arquivo e na história da dupla, o programa conseguiu informar e emocionar os telespectadores, além de permitir que os fãs dos cantores tivessem ótimos momentos musicais. A entrevista com Christiane Torloni também foi bem colocada. Com o sucesso de audiência de Fina Estampa, terminar o programa com a atriz, intérprete da vilã Tereza Cristina, foi um acerto para manter a audiência interessada.

É exatamente este o tipo de programa que o público quer. Se o Domingão do Faustão conseguir produzir temas interessantes todos os domingos, certamente terá o resultado que teve nesta semana. Liderança tranquila, sem nenhum tipo de ameaça dos concorrentes.

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