sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Comparativo de Audiência - 19 Horas

Média-parcial diária de novelas das 19 Horas até o capítulo 160


Morde e Assopra: 29,72
Tititi: 29,14
Tempos Modernos: 23,97
Caras e Bocas: 30,83
Três Irmãs: 24,34
Beleza Pura: 28,05
Sete Pecados: 29,84
Pé na Jaca: 29,66
Cobras e Lagartos: 37,74
Bang Bang: 27,46
A Lua me Disse: 33,06
Começar de Novo: 31,47
Da Cor do Pecado: 42,20
Kubanakan: 36,40
O Beijo do Vampiro: 27,53
Desejos de Mulher: 32,60

Comparativo de Audiência - 18 Horas - média parcial

Média-parcial diária de novelas das 18 Horas até o capítulo 140


Cordel Encantado: 25,88
Araguaia: 22,43
Escrito nas Estrelas: 25,50
Cama de Gato: 23,86
Paraíso: 25,18
Negócio da China: 20,37
Ciranda de Pedra: 22,05
Desejo Proibido: 23,02
Eterna Magia: 25,83
O Profeta: 32,16
Sinhá Moça: 33,39
Alma Gêmea: 36,94
Como uma Onda: 26,36
Cabocla: 33,55
Chocolate com Pimenta: 34,12
Agora é que são elas: 28,43
Sabor da Paixão: 23,98
Coração de Estudante: 29,42
A Padroeira: 26,04

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vidas em Jogo zomba de nossa inteligência

Como em seus melhores momentos da década passada, a Rede Record fez uma excelente e instigante chamada para o capítulo de número 100 de sua principal novela atual. Depois de 99 capítulos de pura enrolação e falta completa de um roteiro bem organizado, chegava finalmente o dia tão esperado desde muito antes da estreia, o início dos crimes contra os vencedores do bolão da amizade em Vidas em Jogo.

Impossível não comparar a opção da autora Cristianne Fridman por dar um novo rumo à história exatamente no centésimo capítulo ao mesmo tipo de abordagem realizada por Gilberto Braga e Ricardo Linhares em Insensato Coração. Em ambas as tramas o núcleo principal foi apresentado de forma lenta, sem pressa para, a partir do capítulo 100 haver uma drástica mudança.

Independente disso, o centésimo capítulo de Vidas em Jogo tinha tudo para recolocar a novela nos trilhos. Morosa, sem graça e com personagens que não chamaram a atenção, a trama não pegou desde o primeiro capítulo e, nem de longe conseguiu causar o frisson desejado. Com o momento mais interessante desde que a  sinopse foi divulgada - o momento em que, de fato, todos esperavam - era a chance de dar uma guinada, exatamente como a novela da Globo fez.

Ledo engano. O capítulo que foi ao ar na segunda-feira foi um dos piores de toda a novela. Roteiro fraco, cheio de lugares-comuns, com situações maniqueístas e diálogos absolutamente constrangedores. Diálogos estes que caminhavam do didatismo, como no momento em que Francisco (Guilherme Berenguer) e Patrícia (Thaís Fersoza) discutiam sobre ela querer ser mães, em que fomos obrigados a ouvir frases do tipo: "Todo mundo acha que toda mulher nasce pronta, com a missão de ser mãe". A saída do didatismo para pieguices era rápida.

Entre todo o capítulo, nenhuma única cena transmitiu verdade. O roteiro tentou enganar o telespectador o tempo todo com um texto frágil, sem base que caminhava sem vergonha alguma pelo universo dos clichês mais pobres. A cena em que Divina (Vanessa Gerbeli), chora por sua situação após ser desmascarada pelo marido em praça pública que contou a todos de sua traição foi um dos momentos mais constrangedores. Mulher triste, chorando, sem casa, sem ter para onde ir, sentada numa cadeira ao relento e, adivinhe só, começa a chover. Tem como ser mais clichê que isso?

Como se não bastasse tudo, roteiro ruim, interpretações fracas em sua absoluta maioria - destaque positivo do elenco, no capítulo de ontem foi Thaís Fersoza - a cena tão esperada, da explosão na lanchonete com os membros do Bolão acabou não sendo tão interessante. A cena foi ok, mas nada além disso, sem conseguir transmitir a emoção necessária. Uma pena.

Impossível acreditar que, a partir de agora, Vidas em Jogo entra no rumo, mesmo com uma história interessante, infelizmente a autora não está sabendo contá-la e anda completamente perdida nos diálogos. Mais uma boa ideia desperdiçada.

domingo, 18 de setembro de 2011

A eterna discussão: Qualidade x Audiência.

Nesta semana, só para variar um pouco, voltou à tona a discussão que parece ser eterna. "O que é mais importante numa avaliação? A qualidade ou a audiência alcançada?" Muitos defendem que audiência é sinônimo de qualidade e vice-versa. Um dos principais argumentos para esta máxima é partir do princípio que todo produto é criado para o público e se o atinge, há sinais de qualidade.

Na outra ponta do iceberg estão a maioria dos críticos especializados. Para eles, a qualidade quase nunca deve ser medida pela audiência, afinal, obter bons números na disputa pelo gosto do telespectador passa por uma série de variáveis que não só o zelo por uma produção. Os críticos argumentam também que, num país como o Brasil, nem sempre o público tem condições de julgar uma produção, pois assiste de forma passiva.

Ambos têm razão. Verdade seja dita que uma obra de teledramaturgia é feita para agradar o telespectador e não a crítica especializada - minoria entre os que assistem a uma novela. Portanto, quando esta obra consegue cair no gosto popular, ela atingiu parte de seu objetivo. Parte, que fique claro. E também é verdade que num país como o Brasil o público não tem condições de julgar a qualidade de produção. Veja, uma obra como Capitu não obteve os melhores números de audiência, mas foi uma obra-prima sob o ponto de vista técnico e de roteiro, até porque se tratava de livre inspiração de uma das maiores obras da Literatura mundial, Dom Casmurro (Machado de Assis).

Poucos sabem disso, mas a televisão no Brasil tem duas três funções primordiais que se interagem entre si. Informar, entreter e formar. A teledramaturgia é vista sempre como obra de entretenimento, uma inverdade, pois ela deve conseguir atingir as três vértices de objetivos da TV, se não consegue, é porque não foi uma produção de qualidade.

A discussão nesta semana se iniciou por conta de Morde e Assopra e a seqüência em que as personagens da trama descobrem sobre a Naomi robô (Flávia Alessandra). Esta sequência atingiu picos altos de audiência, mas também foi duramente criticada por especialistas, como toda a novela vem sendo. A trama de Walcyr Carrasco consegue números incríveis de audiência e, de fato, caiu no gosto popular, porém, ela serve exatamente para que? Nada. É puro entretenimento vazio e que não leva o telespectador em nenhum momento a refletir sobre o que está assistindo. Pode-se julgar uma obra assim como um produto de qualidade? Uma produção que investe na falta de conhecimento e instrução do brasileiro para torná-lo refém de audiência não pode ser bem avaliada, de fato.

Mas há o outro lado da moeda. Uma trama com qualidade, mas que não consegue interagir com o telespectador também dá sinais de ser problemática. Foi o que aconteceu na maior parte do tempo, por exemplo, com Tempos Modernos. Uma das melhores propostas para a inovação da teledramaturgia nacional nos últimos anos e que acabou por não acontecer simplesmente porque obteve números pífios na audiência. Bosco Brasil propôs inovar não apenas na história, muito diferente de tudo que havia se visto, mas propôs inovar o formato e a linguagem da novela, tirando do conhecido folhetim. O público não entendia boa parte das situações, não conseguia acompanhar o raciocínio poético da história e rejeitou a novela, fadada ao fracasso. 

Tanto Morde e Assopra quanto Tempos Modernos foram problemas para a teledramaturgia nacional. Se a primeira obteve resultado imediato, não conseguiu contribuir em nada para a TV e muito menos para os telespectadores, a segunda tentou contribuir bastante, mas não conseguiu atingir seu principal público, produzindo ruídos de comunicação. 

A bem da verdade, o ideal é que uma produção consiga unir Qualidade e Audiência, o que é muito raro no Brasil. O caso mais recente é Cordel Encantado, aclamado por crítica e público. Mas produções assim não se vêem todos os dias. 

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