sábado, 16 de abril de 2011

Problema de Amor e Revolução está no texto

Com duas semanas no ar e nove capítulos exibidos, já é possível fazer uma análise mais crítica e densa da nova novela do SBT, Amor e Revolução. A trama que, apesar de ainda não estar correspondendo na audiência, vem conseguindo bastante repercussão, inclusive com uma tentativa de censura por parte dos militares, justamente por apresentar um dos momentos mais delicados da história do Brasil.

Definitivamente um mérito do folhetim é usar o período de Ditadura Militar justamente como protagonista da história e não apenas para localizar o telespectador no período histórico. Todos os núcleos não giram em torno do casal de protagonista, mas tudo gira em torno da Ditadura. Não é fácil conseguir fazer isso e, em nove capítulos, ainda não houve falhas ou pontos que não se ligassem à trama.

Além disso, Tiago Santiago conseguiu criar uma sinopse realmente instigante para o público. Uma espécie de Romeu e Julieta no período mais negro da História do Brasil é para chamar a atenção de qualquer um, junte-se a isso a abertura e a coragem em exibir cenas de torturas, de guerrilha e todo tipo de atrocidades que ocorreu  nos anos de chumbo dá o charme correto ao folhetim.

Em nove capítulos, Amor e Revolução conseguiu apresentar alguns bons capítulos para seu público fiel de cerca de 06 pontos de média na Grande São Paulo. Porém, há problemas graves no texto da trama. A marca registrada de Tiago Santiago, o didatismo exacerbado seguido de mil explicações e diálogos que mais parecem saídos de livros de história da 4ª série, deixam o andamento da trama arrastada e, em alguns momentos, torna-se impossível acompanhar devido ao tédio e a falta de realismo.

Amor e Revolução não é uma boa novela. É uma boa sinopse com potencial. Porém, enquanto Tiago Santiago continuar a escrever os diálogos, não há salvação para esta trama. Talvez fosse o caso do autor, humildemente, reconhecer sua deficiência e manter-se focado nas escaletas, no que ele parece ser muito bom, e deixar o texto para seus colaboradores. Essa seria a solução. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Blog faz 02 Anos e traz novidades

Lembro-me como se fosse ontem, após a apresentação de Os Melhores do Ano 2009, apresentado no Domingão do Faustão da Rede Globo, eu queria a todo custo comentar não apenas sobre esse tema, mas sobre os diversos programas de TV. Foi então que decidi criar meu próprio blog e assim, no dia 15 de Abril de 2009 nascia o TVxTV.

Foram 02 anos e, esta é a postagem número 674, uma quantidade razoavelmente grande que só foi possível ser atingida com a participação de meus leitores. Até o momento, o blog registrou cerca de 3,5 milhões de visitantes, o que dá uma média de pouco mais de 4500 visitantes por dia. As postagens mais populares são sempre as Listas de Melhores e Piores que realizamos ao final de 2009 e ao final de 2010. Das postagens "normais" a mais lida foi Teleton e o Assistencialismo Barato

Em comemoração aos 02 anos de TVxTV, a partir da próxima segunda-feira, vamos iniciar uma série de novidades que vai deixar este espaço muito mais dinâmico, com muitos quadros interessantes e que, sem dúvida, serão aprovados pelo público, afinal, tudo é sempre sobre o ambiente da televisão.

Além das novidades, o TVxTV vai ganhar nova cara nos próximos 30 dias, por conta disso, podemos passar por algumas instabilidades em alguns momentos. Tenha paciência, ao final tenho certeza que todos ficarão bastante satisfeitos.

As novidades começam na segunda, não deixe de acompanhar e, enquanto isso, parabéns para todos nós, afinal o TVxTV completa 02 anos graças à sua participação.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não Norma, é Léo quem salva Insensato Coração

Muito antes da estreia de Insensato Coração começou o burburinho na internet e na mídia dando conta que a novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares seria novamente um marco para a teledramaturgia. Mesmo sem saber da sinopse, o comentário geral era esse pelo simples fato do autor conseguir dar novamente a Glória Pires o papel de principal vilã - impossível não lembrar automaticamente de seus marcantes papéis em Vale Tudo e Mulheres de Areia.

O folhetim começou, já está quase chegando na metade e o que se viu até o momento é uma excelente construção de personalidade de Norma. A personagem iniciou a trama como uma mulher frágil, inocente e presa fácil para os enganadores. Aos poucos, graças ao seu triste destino, ela começou a a ter sua personalidade ferida e vem já dando sinais de inteligência e sagacidade, prontas para serem usadas para o mal. 

Fosse uma obra literária, certamente Norma seria a melhor personagem de Insensato Coração, digna de análise filosófica, porém, trata-se de uma novela, obra com 200 capítulos em média e que necessita de ação para chamar a atenção do telespectador. Ninguém é muito interessado em assistir uma calma e gradativa construção de personagem antagônica, o que o público quer mesmo é ver os vilões em ação.

E neste ponto, a produção falha. Se no começo era interessante acompanhar o drama e as mudanças de personalidade de Norma, agora, quase 100 capítulos depois, isso já cansou. Deixou de se tornar a construção da personagem e se tornou enrolação pura. Por conta disso, ninguém suporta mais ver tantas cenas de sofrimento e de luta moral que a personagem de Glória Pires - brilhante no papel, diga-se - vem tendo desde seu aparecimento na segunda semana.

É justamente por este motivo que a salvação de Insensato Coração não é Norma, como previam alguns críticos, mas sim Léo (Gabriel Braga Nunes), o verdadeiro perverso da história. Léo teve toda a construção histórica do personagem contada em uma cena, no primeiro capítulo, mostrando-o, ainda criança, em crises de ciúmes do irmão mais novo e isso o tornou mau. Puro e simplesmente mau.

Enquanto Norma sofre, é enganada, vai para a cadeia, é perseguida, tenta revidar, bate e apanha. Léo apronta, rouba, engana os pais, engana o irmão, sai com garotas de programas, engana senhoras, mata bandidos e até é responsável pela morte de uma mulher. A diferença de atitude entre Léo e Norma nas seqüências da trama é gritante. Léo é infinitamente mais carismático e tornou-se a peça responsável por fazer Insensato Coração ganhar um pouco de vida. Norma, por enquanto, permanece na promessa.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cordel Encantado estréia e encanta o país

Estreou nesta segunda-feira, a nova novela das 6 da Rede Globo. Cordel Encantado, trama que sucede Araguaia e com a assinatura da dupla-revelação de autoras Duca Rachid e Thelma Guedes (O Profeta e Cama de Gato). 

Todos, sem exceção praticamente, esperavam uma boa novela e aguardavam com ansiedade tamanha como poucas vezes se viu nos últimos anos, porém, o que ninguém sabia era que a produção iria surpreender o Brasil num trabalho impecável em praticamente todas as áreas, raros foram os pequenos problemas encontrados neste capítulo de estréia.

O conjunto da obra foi uma das estréias mais belas já apresentadas em telenovelas na Rede Globo. Cordel Encantado cumpriu - e muito bem - seu papel de apresentar os personagens principais e contar toda a narrativa que contará a história do folhetim, além disso, conseguiu cumprir a primeira etapa de seu maior desafio que é construir uma narrativa em formato de telenovela num gênero completamente oposto como é o conto de fadas e isso foi muito bem feito. A trama tinha todos os elementos de uma história assim: Reino, príncipes e princesas, rainha e até a bruxa má.

Se o texto da trama é excelente, a direção segue o mesmo padrão de qualidade há muito tempo não visto em obras da emissora. O trabalho de direção merece elogios rasgados, tanto pela escolha das tomadas, quanto pela fotografia simplesmente espetacular - talvez a maior novidade apresentada neste capítulo inaugural - e passando pela trilha sonora que caiu feito uma luva para todos os momentos.

O elenco também mostrou ter sido muito bem escalado e praticamente todos deram claros sinais de estarem preparados para trabalharem numa trama tão complexa quanto essa. É difícil eleger um destaque, mas Débora Bloch foi, certamente, quem mais chamou a atenção neste primeiro capítulo, pela sua composição rica e que lembra - e muito - as rainhas más das histórias que ouvíamos quando crianças.

O único senão da estréia de Cordel Encantado foi Luis Fernando Guimarães que não conseguiu compôr seu personagem de maneira convincente e acabou por atrapalhar todo o andamento de suas cenas, uma pena. Mas, o saldo desta estréia foi muito - realmente muito - positivo. Aparentemente a produção vai conseguir contar com maestria a história da princesa de Seráfia e do príncipe do cangaço e essa história já encantou o país. 

Cordel Encantado e a promessa de ser um marco

Festa de Lançamento de Cordel Encantado
Estreia desta segunda-feira, a nova novela das 6, Cordel Encantado, assinada pela dupla Duca Rachid e Thelma Guedes (O Profeta e Cama de Gato) é das estreias que causam maior frisson entre as telenovelas nos últimos anos e, sem dúvida, a mais aguardada de 2011 devido a seu jeito inovador, corajoso e formato bem diferente do que se tem visto atualmente na TV.

O TVxTV foi convidado pela Central Globo de Produção (obrigado especial a Luciana) para participar da festa de lançamento de Cordel Encantado que aconteceu em São Paulo na última quinta-feira e teve a oportunidade de conversar com diversas pessoas envolvidas na produção, inclusive membros do elenco, direção e as próprias autoras - duas mulheres de uma simpatia ímpar.

Segundo Duca e Thelma afirmaram na festa, a proposta do folhetim é resgatar nas telenovelas o que se utilizava bastante até meados dos anos 90 e foi se perdendo com o tempo: o conto de fadas. "Cordel será um conto de fadas. Sem compromisso com a realidade, sem estar presa a determinados períodos históricos, mas com o compromisso de contar uma história coesa, coerente e divertida", afirmaram durante o discurso de lançamento.

As autoras discursaram para os presentes


É raro ver a Rede Globo aceitar este tipo de projeto tão inovador, mas, ao que parece, todos abraçaram a idéia, inclusive o elenco. O protagonista Cauã Raymond, que viverá Jesuíno na trama, disse ter ficado honrado com o convite e não pestanejou em aceitar. O mesmo afirmou Débora Bloch, a vilã de Cordel Encantado e que frisou ser impossível recusar participar de uma proposta tão ousada.

De fato, tudo na trama é diferente. Desde a mistura de um reino com o cangaço, até a mistura de épocas (século XIX e XX) até a opção pelo esquema de filmagem. Ricardo Waddington, diretor de núcleo da trama, explicou que a novela é a primeira da história a ser gravada em 24 quadras, estilo filme, o que permite uma visualização completamente diferente por parte do público. 

Cauã Reymond dá entrevista na chegada


Duca Rachid e Thelma Guedes estão empolgadas com sua nova produção. E não é para menos, afinal, desde os últimos 20 dias, quando o teaser da novela começou a ser divulgado, não se fala de outra coisa. Cordel Encantado virou os centros das atenções e, a festa de lançamento veio provar isso, já que a mídia compareceu em peso para prestigiar o evento, aliás, muito bem organizado e que permitiu o contato direto dos veículos de comunicação com os responsáveis pela produção, outro gol de placa.

Isabelle Drummond em foto exclusiva para o TVxTV


Desde Que Rei sou Eu? não há uma proposta que lembre tanto um conto de fadas em meio às telenovelas. Um risco, certamente, afinal, o público pode tanto abraçar a proposta de imediata, quanto recusar. Porém, com tanto trabalho bem feito, parece ser impossível não se apaixonar por Cordel Encantado logo de cara.

Nathália Dill também posou para o blog


Obs: O blog agradece a Central Globo de Produção, na pessoa da simpática e agradável Luciana, pelo convite para participar da Festa de Lançamento da novela. Agradecemos ainda a todos da produção: direção, elenco e autores que foram extremamente simpáticos e acessíveis, concedendo entrevistas e posando para fotos exclusivas ao blog. E também a Walter de Azedevedo e Ivan, por toda a colaboração de ambos.

TV Xuxa e a grata novidade das tardes de sábado

Ainda seguindo a semana em que estreou a nova programa da Rede Globo, naquilo que foi a maior alteração da grade neste primeiro semestre de 2011, estreou nas tardes de sábado, o TV Xuxa, programa comandado pela apresentadora que, até 2010, ia ao ar nas manhãs também de sábado.

A mudança de horário era uma antiga reivindicação da rainha dos baixinhos por conta das constantes suspensões do programa devido a programação de esportes que também entrava ocasionalmente na grade da emissora aos sábados de manhã. A bem da verdade é que Xuxa queria voltar à programação dominical, lembrando o sucesso que já fez neste dia com o extinto Planeta Xuxa, mas o máximo que conseguiu foi a mudança de horário no sábado.

Para quem esperava alterações drásticas no formato do programa, veio a frustração, o TV Xuxa nas tardes foi praticamente igual ao programa que ia ao ar de manhã. Mas não há motivo para frustração, afinal, o formato poderia ser incluído, inclusive, aos domingos, pois ele sempre foi voltado para as famílias e, encaixa-se como uma luva para o tipo de público que está diante da TV no horário.

O sábado atualmente é tão, ou mais concorrido que o próprio domingo. SBT e Record apresentam programas que sempre registram boa audiência e vem dando muito trabalho para a Globo, por conta disso, sabia-se que a vida de Xuxa não seria fácil. No SBT, o Programa Raul Gil já está consolidado com seu público e a Record escalou nada menos que Titanic e, ainda assim, a estreia de Xuxa garantiu boa audiência e a liderança para a emissora no horário.

É bem verdade que o TV Xuxa terá que respirar novos ares, com quadros mais ousados e que busquem novos telespectadores se quiser sobreviver à ferrenha disputa pela audiência, mas, a tirar pela estréia, ele já se tornou - ao lado do ótimo Estrelas - a melhor opção para os sábados à tarde.

domingo, 10 de abril de 2011

Macho Man: Estreia com momentos bons

Terminando a semana de estreias da programação 2011 da Rede Globo, foi ao ar na sexta-feira a nova sitcom com a assinatura de Fernanda Young (Os Normais e Separação), trata-se de Macho Man, série protagonizada por Jorge Fernando e Marisa Orth.

Com temática ousada - um gay que sofre uma pancada na cabeça e, a partir daí, transforma-se em hétero, para seu próprio desespero, e uma ex-gorda que ainda não aceita seu corpo e sua própria sensualidade - Macho Man inovou não apenas na construção da história, mas também por inverter o papel de um tema que tornou-se um dos mais debatidos do Brasil nos últimos anos: a homofobia.

Ao colocar um protagonista gay, completamente afeminado e que se aceita em sua condição sexual, além de ser bem visto junto ao ambiente onde vive, como uma pessoa que acaba se tornando hétero e, por conta disso, criando uma série de situações em que ele demonstra claramente o preconceito contra o universo heterossexual, a série cria uma proposta interessante, a de debater a sexualidade não como fonte de preconceito, mas como fonte de aceitação por qualquer das partes.

Jorge Fernando esteve seguro e dominou bem o personagem. Quem já viu o ator e diretor diante das câmeras, não atuando, sabe que na estreia da série em praticamente todas as cenas ele se comportou como se estivesse interpretando a si próprio o que, sem dúvida, facilitou bastante a composição do personagem divertido. Já Marisa Orth foi, na verdade, a dona do episódio, todas as situações engraçadas tinham ela envolvida que soube dar veracidade ao texto de Fernanda Young e sem levar a personagem para a caricatura exagerada.

Ainda assim, a estreia de Macho Man viveu de momentos. Contou com excelentes situações, realmente muito engraçadas e outros momentos que exigiam atenção pelo decorrer da história, mas que não provocava nenhuma graça no telespectador. O potencial da série é evidentemente grande e pode sair interessantes plots, mas é preciso um cuidado maior ao contar a história para que tudo não acabe se tornando meio monótono.

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