sábado, 26 de março de 2011

Ribeirão do Tempo abusa da inteligência do público

Esta semana já foram escritas neste espaço duas críticas sobre as novas novelas em exibição. Textos referentes a Morde e Assopra, novo folhetim das 7 da Rede Globo e também sobre Rebelde, aposta de remake da Rede Record, que (re)inaugurou o segundo horário de novelas da emissora, causaram rebuliço e discussões entre os leitores do blog.

Ou seja, numa semana rica para produções textuais críticas sobre a teledramaturgia brasileira, eis que surgiu outra novidade, e das grandes. a novela das 22h30 da Rede Record, Ribeirão do Tempo, assinada por Marcílio Moraes (Essas Mulheres e Vidas Opostas) teve um acontecimento, no mínimo, diferente de tudo que já se viu na TV brasileira. 

Com uma série de críticas à política brasileira, inserindo inúmeros políticos corruptos e, entre outras coisas, personagens que se utilizam da política para ganhar a vida de forma equivocada, os típicos malandros politiqueiros que abusam da boa vontade dos incautos.

Se isso, por si só, já é abusar do direito de produzir textos com excesso de maniqueísmo e falta de situações mais ousadas e dramáticas, o autor decidiu ir além e brincar com o imaginário popular. Nesta semana, uma visita do presidente da república à cidade fictícia acabou em tragédia. Uma personagem colocou veneno na cachaça do presidente que acabou falecendo.

A seqüência, além de ter um mau gosto terrível, tratou de forma direta e seca ao fato do ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva ser um fã incondicional da bebida. Um desrespeito sem tamanho a uma figura pública e que, bem ou mal, é muito querida pela população. Além do que, se o autor quisesse fazer uma crítica ao tema, deveria tê-la feito de forma velada, apostando na inteligência do telespectador.

Ao criticar de forma escancarada, o autor acabou dando um tiro no próprio pé, afinal, ao pensar numa cena tão óbvia, sem profundidade, sem cuidado e sem deixar nada implícito, o autor deixou claro que seu público não tem capacidade de pensar, e não consegue assistir a um produto de dramaturgia mais apurado, profundo, sem necessidade de que tudo seja tão mastigado, tão aberto, tão piegas e de mau gosto. Muito ruim. A bem da verdade é que Ribeirão do Tempo, se perdeu com o tempo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Didatismo e exageros pintam Morde & Assopra

Adriana Esteves numa cena constrangedora
Estreou nesta segunda-feira, assim como Rebelde Brasil, a nova novela das 7 da Rede Globo, Morde e Assopra. Com a missão de substituir a altura o sucesso de crítica, público e repercussão que foi Tititi, Walcyr Carrasco prometia uma novela atual, moderna, bem humorada e, segundo ele, com uma história nunca antes mostrada na TV.

Nos primeiros minutos de exibição a marca de Walcyr Carrasco, autor que assina a obra, já estava impressa na cena de abertura. Muito exagero, didatismo e falas infantis. Em pouco mais de 03 minutos, a protagonista Júlia (Adriana Esteves) já havia dito duas vezes que os dinossauros viveram neste Planeta "há milhões de anos" - não se engane, esta frase foi repetida por todo o capítulo.

E assim percorreu todo o capítulo, do jeito que a Globo é acostumada a fazer, as apresentações tranquilas e tradicionais dos personagens estiveram presentes, marcas impressas da direção que já sabe o jeito de se produzir novelas com a marca Rede Globo. Mesmo assim, foi impossível deixar de notar certos detalhes que são, no mínimo, divertidos. Marcos Pasquim, em duas cenas, contou toda a história de sua vida e seus problemas que serão debatidos ao longo da novela. Para que sutileza quando se pode usar o bom e velho didatismo, certo? O óbvio agradece.

O texto e os diálogos são o grande problema de Morde e Assopra. Novamente, assim como vem fazendo em seus últimos trabalhos, Walcyr Carrasco parece apostar no jeito mais fácil de se fazer dramaturgia, didatismo, exagero, pastelão. Quer atrair o público pelo caminho fácil, simplista, raso e que não apresenta nenhum ganho cultural. Uma pena.

Mas, a trama teve alguns pontos positivos. A composição da protagonista Júlia parece muito interessante. Adriana Esteves se manteve firme e conseguiu segurar o rojão de interpretar diante de um texto tão frágil. Mateus Solano também conseguiu destaque, mostrando que se livrou completamente dos gêmeos de Viver a Vida. O restante do elenco, parece muito mais uma cópia de tudo que Walcyr Carrasco já fez, até núcleos inteiros foram copiados, literalmente.

Não me empolguei com a estreia de Morde e Assopra e duvido que o folhetim em algum momento vá chamar minha atenção. Uma queda brusca de qualidade em relação a antecessora, mas é o jeito do autor fazer televisão e, aparenta agradar público e direção da emissora. O jeito é suspirar, se manter de luto por Tititi e esperar alguns meses.

Rebelde Brasil estreia e decepciona

Faltou coragem e ousadia.
Após muita expectativa por parte dos fãs e uma campanha de divulgação na própria emissora nunca vista na história da TV estreou nesta segunda-feira na Rede Record a novela teen Rebelde. A versão brasileira e adaptada da saga homônimo que virou febre mundial após ser exibida a princípio no México e que tornou celebridades mundiais os integrantes da banda RBD - que hoje nem existe mais.

Mesmo com a promessa de que a novela seria de fato uma versão brasileira, ou seja, apresentando conflitos tipicamente brasileiros e voltados para os adolescentes tupiniquins, não foi isso que se viu na estreia. A mesma história foi contada, cenas - e até tomadas de câmera - idênticas à versão original, além da fotografia toda mexicana deram o tom do primeiro capítulo.

Porém, este não é o verdadeiro problema. Neste primeiro momento, Rebelde foi tudo o que a produção, a autora, o elenco e a emissora prometeram que não seria: rasa. Cenas exageradas e, mais grave ainda, extremamente distantes do universo adolescente, encheram a tela durante todos os minutos de exibição. Relação pai x filho e mãe x filha estereotipadas, caricatas e diálogos tão clichês que beiravam o ridículo.

A direção também pecou. Passagem de tempo de extremo mal gosto e efeitos especiais que faria rir - por zombaria - uma criança de 04 anos foi o que se viu. E mais grave do que isso tudo, foram os cortes de cena que, em alguns momentos, davam a impressão que o elenco não estava contracenando, antes, falavam sozinhos olhando para a câmera. Constrangedor.

É evidente que a novela pode, e deve, melhorar - até porque, é difícil piorar o que foi apresentado até o momento - mas, muito mais que erros técnicos, que certamente serão corrigidos, a trama de Rebelde não empolgou, não chamou a atenção e não foi factível. Se a primeira impressão é a que fica, pobre Record pobre Rebelde

Paredão de Domingo determina Final Antecipada

Torcidas à parte (#forarodrigona) parece muito claro o fenômeno que o Paredão decidido neste domingo determinou. Uma espécie de final antecipada, como a que aconteceu no Big Brother Brasil 9, em que Ana Carolina e Max protagonizaram o paredão, dias antes da grande final do Reality.

Desta vez, há uma espécie de distorção para quem não prestar bastante atenção e ela atende pelo nome de Daniel. Com um "falso" paredão triplo, os desatentos podem achar que não se trata de uma final e, caso seja de fato, o favorito passa a ser Daniel, com menor quantidade de votos. Ledo engano. Este paredão é duplo e briga de foice entre as torcidas de Diana e Rodrigão que, até o momento - menos de 12 horas após o início da votação - determinam um empate técnico nas principais enquetes do país. (Rodrigão 46,83%  Diana 44,83%)

Diana enfrenta seu 5º paredão e o Rodrigão vem para o seu 4º e ambos sofrem rejeição exatamente da torcida rival. Em todos os principais sites do país ambos dividem outra curiosidade. Na enquete que pergunta: "Quem você quer que vença o BBB 11" os dois dividem a liderança, sempre com porcentagem muito próxima um do outro.

Por isso, parece muito claro que, aquele que conseguir apoio maior de sua torcida e resistir ao 14º paredão da atual edição do principal Reality Show do país, parte com muita força rumo à final - que acontece daqui 8 dias, dia 29 de março. É bem verdade que, com rejeição alta, os dois podem ser surpreendidos, porém, com a força que ambos demonstram e, principalmente, por terem torcida tão fanática e que formam verdadeiras legiões de fãs, é muito improvável que ocorra uma surpresa.

A pergunta deste paredão, apesar de ser: "Quem deve ser eliminado?" poderia ser: "Quem você quer que fique na Casa e, assim, na final, derrote os outros. Diana ou Rodrigão?". O vitorioso deste paredão, provavelmente leva o programa e R$ 1,5 milhão. Concordam?

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira