sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tititi: um presente para os fãs da teledramaturgia

Desculpe-me se tenho falado muito mais da Globo nas últimas postagens, ocorre que, no mês de Janeiro, achar assuntos novos e interessantes quando as emissoras de TV estão vivendo um marasmo só, não é tarefa das mais fáceis. A Globo é a única que tem investido em programação nova e, ainda assim, nem dá para falar de tudo devido ao horário de exibição.

De qualquer forma, ontem estava assistindo Tititi quando me deparei com uma das situações mais engraçadas de que se teve notícias na TV. Confesso que não sei se isso foi uma criação de Maria Adelaide Amaral ou se, na obra original de Cassiano Gabus Mendes isso já ocorreu. Mas ver Jaques Leclair vestido de Victor Valentin quase fez com que eu tivesse um sério problema de saúde de tanta risada que eu dei.

Essa cena é uma prova clássica do que a novela das 7 vem proporcionando aos telespectadores. Um verdadeiro presente para todos que gostam de uma boa novela, de texto leve, divertido, cheio de conflitos, mas principalmente, envolvente. Reitero que não acompanhei a trama original, mas já tenho muitas dúvidas se a exibição da década de 80 possa ser comparada ao excepcional que todos os envolvidos estão fazendo neste remake, certamente o melhor remake já produzido pela TV brasileira - ao lado de Mulheres de Areia.

Ao contrário de outros folhetins, em Tititi tudo se encaixa perfeitamente. Ainda que nem todo o elenco seja do mesmo nível, como um todo, o trabalho vem sendo extraordinário, com destaque absoluto para Murilo Benício e Cláudia Raia, os verdadeiros donos da novela. Cláudia Raia, aliás, que está vivendo seu melhor momento da carreira como a divertida, sofredora, mas principalmente, amável Jaqueline.

É muito difícil assistir a trama do horário das 7 e resistir por mais do que 05 minutos em dar boas risadas. E mesmo as tramas de drama, retiradas de Plumas e Paetês estão cada vez melhores. Impossível não se envolver com a situação delicada em que vive Marcela (Isís Valverde). Essa trama, aliás, é uma das melhores de toda a novela devido a seu grau de complexidade e profundidade. Difícil imaginar que uma novela tão recheada de humor conseguiria produzir um texto com carga dramática tão forte e ainda assim conquistar os fãs. Tititi conseguiu. Não a toa é uma das melhores novelas das 7 dos últimos 15 anos, ou mais.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Insensato Coração estreou sem o selo Gilberto Braga de qualidade

Estreou na última segunda-feira a nova novela das nove da Rede Globo, assinada por Gilberto Braga em parceria com Ricardo Linhares, Insensato Coração surgiu na tela da emissora com a tentativa de recuperar os pontos de audiência que a cada nova novela somem um pouco mais. E essa recuperação não será tarefa fácil, ao contrário.

Gilberto Braga é tarimbado, um dos autores mais renomados do casting da Globo - escreveu sucessos como Vale Tudo e Celebridade - e tem ainda em seu currículo uma parceria de sucesso com Ricardo Linhares, a novela Paraíso Tropical. Em toda novela, por mais diferente que seja, você percebe os métodos de Braga no texto e isso é inevitável, cada um tem sua própria marca.

Insensato Coração estreou justamente assim. Tal como Celebridade, a trama levou os primeiros minutos para apresentar o vilão e não a mocinha ou o mocinho. Léo, o homem que lida com contravenções e que, em menos de 15 minutos no ar, fez uma série de maldades pequenas, mas que já espantam pela frieza. O mocinho e a mocinha da trama aparecem depois, bem depois.

Gilberto Braga fez o que sempre faz, usou o primeiro capítulo para situar o telespectador e apresentar suas personagens nas mais variáveis vertentes. Mostrou os muitos núcleos que ele irá trilhar ao longo dos oito meses e já começou a fazer ligações entre as personagens, coisa que faz com maestria. Ainda assim, Insensato Coração não trouxe a assinatura de qualidade do autor.

Texto amarrado, história lenta, diálogos irreais, superficiais e até cansativos. Esse foi o tom do primeiro capítulo do folhetim que contou ainda com atuações bem irregulares de seus principais nomes. Gabriel Braga Nunes parece ainda não ter se libertado de seu último grande personagem Tony Castellamari, em Poder Paralelo. Paola Oliveira vive uma personagem que tenta mostrar força, mas que soa falsa e sem graça. Eriberto Leão foi, Eirberto Leão, ator fraco e que não tem nenhuma condição de protagonizar uma novela neste horário.

As expectativas que já não eram altas em torno desta trama ficaram ainda mais baixas após o primeiro capítulo e, espero estar errado, mas aparentemente estamos diante do pior trabalho de Gilberto Braga. Que a Glória Pires entre logo e salve isso.

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