sábado, 23 de abril de 2011

Atores precisam de personagens que os desafiam

Edson Celulari em "Que Rei sou eu?"
Quando se trata do mundo artístico ou se fala que determinada pessoa é artista, atualmente, com o advento das Revistas e Sites que exploram a vida íntima das celebridades, poucas pessoas conseguem mensurar o que, de fato, significa a palavra artista. Artista é pura e simplesmente a pessoa que pratica algum tipo de arte. Somente isso.

Atores e atrizes são, por natureza, artistas, pois conseguem através de estudo aliado ao talento dar vida a personagens e interpretar pessoas - e também seres - que se distanciam, ou não, de sua própria realidade. Em qualquer texto que se menciona a palavra artista é quase automático lembrar-se de alguns nomes da interpretação mundial como Marlon Brando. O verdadeiro artista é aquele que consegue compôr os mais diversos personagens sem deixar rastro do anterior e sempre sendo convincente, era o que dizia Brando.

No Brasil, o país conhecido pela qualidade de suas telenovelas, existem muitos atores e atrizes que torcem o nariz para o trabalho assim. A lista é intensa de nomes que preferem atuar no teatro ou no cinema, como é o caso de Selton Melo, Wagner Moura e até Fernanda Montenegro que nunca negou preferir o teatro e o cinema à TV.

A justificativa deles é de que novelas consomem um ano de dedicação que os impede de investir em outras áreas. Mas a realidade mostra que não é exatamente isso. Autores, diretores e produtores atuais estão um tanto quanto robóticos ao pensar em telenovela como um produto artístico, a grande parte enxerga apenas o lado comercial e de audiência, produzindo assim, obras "redondas", sem surpresas e que aproximam os personagens da realidade.

Com isso, fica fácil atuar. Basta notar que o mesmo ator ou atriz interpreta quase sempre os mesmos papéis, mudando apenas o nome do personagem. É o caso de Débora Secco com sua Natalie (Insensato Coração), personagem tão próxima de Darlene (Celebridade), ou também de Elizabeth Savalla, a Minerva de Morde e Assopra, personagem idêntica a Jezebel de Chocolate com Pimenta. Com um senso comum desse porte, torna-se impossível exigir que grandes nomes da dramaturgia nacional se sintam compelidos a aceitar papéis nas novelas.

É por conta disso que Cordel Encantado torna-se tão importante, senão fundamental, para dar novos ares e possibilidades também ao meio artístico nacional. A trama permite uma variedade grande de personagens que muitos atores e atrizes jamais puderam interpretar. Por conta disso nota-se um elenco com tantos destaques neste início de folhetim porque a composição de personagens como a bruxa má, o delegado maluco, o cangaceiro, a cinderela, o rei bondoso. São tantas as possibilidades que qualquer ator gostaria de participar de uma produção assim.

Em tempos em que a ousadia é substituída pelos olhos na audiência e, assim, vê-se a debandada geral de grandes nomes da teledramaturgia na arte de interpretar, Cordel Encantado não é apenas um alento, mas uma esperança para todos que apreciam a boa interpretação.

1 Quebraram tudo:

Thiago Monteiro disse...

Sem contar o José Mayer que mesmo quando estiver com 90 anos, será o "catador" nas obras do Maneco.

Postar um comentário

Twitter Facebook Adicionar aos Favoritos Mais

 
Tecnologia do Blogger | por João Pedro Ferreira