sábado, 18 de setembro de 2010

Os 10 Melhores Autores da Década

Dando continuidade a nossa lista dos Melhores da Década, como ocorre semanalmente, chegou a vez de falarmos de mais um tema. É importante salientar a excelente repercussão que as listas estão obtendo tanto no site como em outros veículos da internet. Estes têm sido os posts mais lidos durante as semanas, o que prova que os internautas aprovaram a idéia.

Nesta semana vamos mostrar os 10 melhores autores da década. Vale frisar que isso não significa que estes são os maiores autores da história, mas estamos tratando do momento. Pode ser que determinado autor surja na lista na frente de nomes de peso, isso significa que o trabalho dele nesta década esteve a frente, mas na história geral não significa necessariamente a mesma coisa. Vamos a lista:

10 - Gisele Joras - Rede Record



Uma novelista nata. Assim podemos definir a autora Gisele Joras, atualmente pertencente ao cast da Rede Record. Autora de livros de sucesso, e arquiteta por formação, a autora foi a grande vencedora do concurso de roteirista promovido pela emissora no ano de 2006. A novela com a sinopse vencedora foi Amor e Intrigas, muito bem escrita e desenvolvida e que fez certo sucesso quando foi ao ar.
Ela escreveu ainda na emissora a adaptação da novela Bela a Feia, mostrando um talento impressionante na arte de criar, fez desta, provavelmente, a mais importante adaptação da história e por isso merece figurar na lista.

9 - Cristianne Fridman - Rede Record


Novelista há muitos anos, mas que começou a fazer sucesso na década. Cristianne Fridman já passou por SBT e Globo, mas conseguiu grande destaque como autora da Rede Record. Na atual década foi colaboradora em Malhação na fase do ano 2001 - uma das mais criativas da década e também colaborou ainda na Globo na novela Coração de Estudante, conseguindo destaque por sua criatividade.
Mas foi a partir de 2005 que sua história como novelista começou a mudar. Contratada pela Record foi colaborada de um dos trabalhos mais lindos produzidos pela equipe de dramaturgia da emissora, Essas Mulheres. Em 2006 escreveu seu primeiro trabalho solo, a trama Bicho do Mato que sofreu rejeição por parte do público, mas foi bem aceita pela crítica. Porém, seu trabalho seria muito elogiado mesmo em 2008, ao estrear Chamas da Vida, a autora mostrou talento para escrever folhetins com mistérios e boa dose de maldades.

8 - Lauro Cézar Muniz - Rede Record

Um dos maiores autores brasileiros de telenovela. Colocar Lauro Cézar Muniz numa posição abaixo dos melhores é injustiça por conta da brilhante história que ele tem. Trabalhou por décadas na Rede Globo e é responsável por grandes sucessos como Sonho Meu (que ele supervisionou), O Salvador da Pátria e a deliciosa Perigosas Peruas. Na atual década não escreveu nenhum trabalho para a Rede Globo, seu último trabalho na emissora foi em 2000, assinando a ótima minissérie Aquarela do Brasil.
Lauro César certamente aparece apenas em 8º lugar da lista por ter escrito apenas dois trabalhos nesta década e, um deles, cheio de problemas. Em 2006 estreou na Record assinando o folhetim Cidadão Brasileiro, novela cheia de estilo e linguagem própria, mas que se perdeu ao longo do tempo e acabou sendo muito confusa. Mas o autor viria a se redimir em 2009, quando escreveu Poder Paralelo, uma das melhores e mais ágeis novelas da década.

7 - Cláudio Paiva, Bernardo Guilherme e Marcelo Gonçalves - Rede Globo

Individualmente não há muito do que se falar sobre esses roteiristas, tanto que foi impossível achar fotos dos três juntos, por isso a imagem que ilustra é de sua obra. Provavelmente a esmagadora maioria da população brasileira não os conhece ao ouvir os nomes, mas não sabem que eles são os responsáveis pelo atual produto de dramaturgia de maior tempo no ar mantendo a qualidade e se redescobrindo a cada ano, o que não é fácil.
Os três são responsáveis pelo texto final da série A Grande Família, sucesso da Rede Globo que está no ar desde o ano de 2001 e a cada nova temporada parece surgir novos elementos que mantém o frescor da série, levando o telespectador a jamais abandonar as tramas divertidas, muito bem boladas e quase sempre geniais.

6 - Marcílio Moraes - Rede Record

Um dos autores mais completos da televisão brasileira atualmente. Marcílio Moraes é capaz de, como um camaleão, mudar completamente o foco e o jeito de escrever de um trabalho para o outro. É autor experiente e, na Globo, escreveu um dos maiores sucessos da década de 90, Sonho Meu, em parceria de sucesso com Lauro César Muniz, além de ter sido um dos colaboradores na obra Roque Santeiro
Na Record, Marcílio Moraes não chegou com status de principal autor, mas foi dele os grandes sucessos da emissora - dividindo o posto com Tiago Santiago - em audiência, mas disparado melhor que o companheiro em qualidade.
Em 2005 escreveu uma das novelas mais lindas e completas que a Rede Record já produziu em toda sua história. Essas Mulheres inspirada na vida de três personagens femininas da Literatura Brasileira, Marcílio mostrou o talento para escrever textos de qualidade. No ano seguinte foi autor de um fenômeno de audiência que atendeu pelo nome de Vidas Opostas, que apostou mais em violência do que propriamente numa boa história. Atualmente, Marcílio está no ar com a trama Ribeirão do Tempo que, aos poucos, começa a cair no gosto popular, com um jeito bem diferente das tramas da emissora.

5 - Gilberto Braga - Rede Globo

O responsável pelos maiores sucessos da história da dramaturgia nacional. Esta frase define com perfeição a carreira de Gilberto Braga, um monstro sagrado quando o assunto é novelas. Autor de décadas, não houve uma só década desde que surgiu em que o seu nome não se destacasse por algum folhetim de imenso sucesso e aceitação junto ao público.
É responsável pelos sucessos impressionantes de Dancing Days, Vale Tudo, Pátria Minha, todas de décadas passadas e que fizeram muito sucesso junto ao telespectador. Na atual década, Braga escreveu apenas duas novelas, ambas no principal horário da Globo e que fizeram muito sucesso.
Celebridade foi um dos trabalhos recentes mais bem elaborados da televisão e parou o Brasil em determinados momentos devido a sua qualidade e um texto muito envolvente. Paraíso Tropical começou com muitas dificuldades e parecia que não agradaria, mas deu a volta por cima e graças ao talento do autor terminou como sucesso inquestionável. Gilberto Braga será o primeiro autor da nova década, estreando em Janeiro de 2011 a trama Insensato Coração.

4 - Duca Rachid e Thelma Guedes - Rede Globo

Dupla que separadas já tinham destaques como colaboradoras, mas juntas se tornaram um fenômeno na produção de novelas de qualidade. Duca Rachid e Thelma Guedes passaram anos como colaboradoras na Rede Globo e adquiriram experiência trabalhando com diversos nomes da teledramaturgia nacional até que apresentaram uma sinopse em conjunto a Rede Globo e conseguiram aprovação.
As autoras começaram a carreira de sucesso na emissora como autoras principais na trama O Profeta, uma remake que seria difícil levar ao ar na atual década, mas que elas abraçaram a causa. Escrevendo praticamente um novo folhetim, pois foi muito diferente do original, a dupla conseguiu grande aceitação do público e fechou com audiência acima do esperado e com a certeza de que o país tinha produzido nova dupla de autoras.
Em 2009, Duca e Thelma foram responsável pela mais diferente novela das 6 nos últimos anos. Cama de Gato tinha ritmo e forma de novela das 8, sem ganchos e sempre com muito mistério, suspense e maldades, a história foi bem escrita e muito bem desenvolvida, mudando conceitos para o horário. Elas estrearão nova trama, também as 6 a partir de março de 2011.

3 - Sílvio de Abreu - Rede Globo

O maior autor de telenovelas vivo. É essa a melhor definição para Sílvio de Abreu, responsável por sucessos que ultrapassam qualquer limite quando o assunto é qualidade, inovação e inteligência no texto, além de núcleos sempre muito bem amarrados.
Autor experiente, Sílvio de Abreu é o autor de textos que pararam o país ao longo da história da TV, como Plumas e Paetês, em parceria como Cassiano Gabus Mendes, Guerra dos Sexos, Vereda Tropical, A Próxima Vítima e Torre de Babel.
Na década atual, Abreu escreveu três folhetins. O primeiro deles, para o horário das 7 e que teve grande rejeição do público classe D e E foi As Filhas da Mãe, das novelas mais inteligentes já vista no horário e com dose de humor refinado como nunca ninguém teve coragem de colocar na TV. Em seguida, o autor voltou ao horário nobre, escrevendo uma das melhores tramas da década, Belíssima, enredo eletrizante e com elementos clássicos de folhetim. Atualmente Sílvio de Abreu está no ar com a ótima Passione que, após um começo difícil, começa a ganhar público e principalmente tomar conta da repercussão na mídia.

2 - Maria Adelaide Amaral - Rede Globo

Uma das poucas autoras que não se dedicam integralmente a escrever telenovelas. Aliás, segundo ela própria já disse, se pudesse escolher, não faria novelas nunca, pois sabe que seu forte são as minisséries. Foi colaboradora ao longo de sua história na TV estando em grandes trabalhos como Sonho Meu e A Próxima Vítima e assinou duas grandes novelas na década de 90. Deus nos Acuda e Anjo Mau, adaptação do original.
Na atual década, a autora se dedicou integralmente às minisséries e foi responsável por trabalhos geniais neste formato. Já consagrada no fim dos anos 90, quando escreveu A Muralha, maior sucesso entre as minisséries nacionais, a autora começou a década com novo sucesso, Os Maias que parou o Brasil. Em 2003 novamente a frente do formato Maria Adelaide assinou uma das obras mais elogiadas da década, A Casa das Sete Mulheres, que emocionou boa parte dos brasileiros. Ela escreveu ainda as minisséries Um Só Coração, JK e Queridos Amigos, todas de muito sucesso e aceitação.
Atualmente, a autora está no ar, de volta às telenovelas e às adaptações. Baseada nas obras de Cassiano Gabus Mendes, ela é a responsável por uma das mais divertidas novela das 7 da década, Tititi, que vem obtendo excelente crítica e aceitação do público.

1 - João Emanuel Carneiro - Rede Globo

Definir João Emanuel Carneiro é fácil, basta dizer que ele é a maior revelação entre os novelistas brasileiro nos últimos 20 anos. Simples assim. O autor que não se cansa de surpreender o público, a crítica e a própria cúpula global, parece ter nascido para escrever novelas e ousar quando o assunto é roteiro.
Começou como colaborador em A Muralha e Os Maias, nas novelas foi colaborador de Euclides Marinho em Desejos de Mulher, assumindo parte da novela quando o autor principal precisou se afastar por motivos pessoais, João Emanuel caiu nas graças da direção da Rede Globo e logo emplacou uma novela própria.
Sua primeira novela foi no horário das 7. Da Cor do Pecado inovava por ter a primeira protagonista negra nas novelas da emissora e, sempre todos com um pé atrás por se tratar de um tema polêmico e de um autor novo, a novela surpreendeu e se tornou a maior audiência da história do horário, chegando a picos de impressionantes 55 pontos - números que muitas novelas das 8 nem sonharam em chegar. Em seguida voltou ao horário com a divertida Cobras e Lagartos que, também fenômeno, se tornou o segundo maior sucesso do horário das 7. Assim JEC - como é chamado na mídia - se tornou o maior fenômeno do horário das 7.
Logo foi colocado como autor do principal horário e sua estreia foi com a sensacional A Favorita - a melhor novela da década e certamente uma das melhores de todos os tempos - que inovou na forma de se fazer televisão, primeira novela sem barriga e com acontecimentos importantes todos os dias, a trama chamou a atenção pelas cenas fortes de vilania.
Atualmente, ele está no ar com a obra-prima entre as séries. A Cura, um trabalho inovador e que vem sendo bastante elogiado. Com quatro trabalhos impecáveis, seria impossível não colocar João Emanuel Carneiro como o melhor autor da década.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Grande notícia da Década na TV

Em meio a píor década da história da TV brasileira no quesito telenovelas (sim, tivemos grandes novelas como A Favorita, Belíssima, Poder Paralelo e Cama de Gato, mas no geral, a década foi fraca) o público brasileiro recebeu na última quinta-feira com surpresa a melhor notícia da década na teledramaturgia nacional, a volta de Vale Tudo.

Quem tem menos de 30 anos e não é ligado em acompanhar veementemente telenovelas não conhece a fundo a história do que muitos chama de "a maior telenovela da história do Brasil". Com certeza todos que gostam de novelas já ouviu falar no folhetim, o mais inovador da TV até então. Foi nesta trama que se criou a grande polêmica do que hoje parece clichê, o tradicional "Quem matou". Além disso, o Brasil parou para conhecer a grande vilã em uma interpretação impecável de Beatriz Segal. Odete Roitman pode ter perdido a majestade e o posto de maior vilã da histórias das novelas brasileiras, mas certamente ela não perdeu e nem nunca perderá o posto de personagem com maior repercussão em todos os cantos do Brasil.

Eu não sou do tempo de Vale Tudo, quando a novela foi ao ar eu tinha 05 anos, porém, já baixei toda a trama pela internet e tenho a exata noção da importância do folhetim para a televisão brasileira. No trabalho mais inspirado de Gilberto Braga (autor das recentes Celebridade e Paraíso Tropical) a trama era cheia de ganchos e núcleos impecáveis, além de personagens que impressionavam pela profundidade, como a primeira vilã de Glória Pires na TV, a intragável Maria de Fátima.

A má notícia em meio a este presente que é o retorno de Vale Tudo é que nem todos os brasileiros poderão acompanhar a história frenética. A novela não será exibida na Rede Globo, mas no canal Viva, que funciona apenas para operadoras de TV a Cabo. De qualquer forma, se você tem TV por assinatura em sua casa, vale a pena assistir a Vale Tudo que será exibida às 23h45 e acompanhar o novelão que mudou o modo de se fazer dramaturgia no país. E vamos descobrir afinal "Quem matou Odete Roitman".

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bons fluidos em A Fazenda 3

Após inovar no conceito de Reality Shows ao exibir a 1ª edição de A Fazenda, a Rede Record cometeu uma série de equívocos graves ao produzir a 2ª. Desde a escolha de elenco, passando pela formatação do programa no dia a dia até na infeliz escolha de horário e da época de exibição - no final do ano - tudo parecia certeza de que A Fazenda 2 estava fadada ao fracasso.

O mais triste de tudo era que a cúpula da emissora cometia os mesmos erros do SBT quando surgiu com a Casa dos Artistas e isso parecia uma mau presságio de que um Reality de potencial e com qualidades atrativas para o telespectador estava se desgastando logo no começo simplesmente por falta de organização da emissora responsável.

Aparentemente isso foi apenas uma impressão. Ainda não se pode falar com convicção sobre a realização de A Fazenda 3, mas até o momento, tudo que tem sido dito na mídia e confirmada pela direção do programa, dá a entender que os elementos de entretenimento e que prendem o público estarão de volta. A começar pelo ano de descanso que a Record deu ao produto e que era extremamente necessário para que não caísse na mesmice e no cansaço.

A direção do Reality parece muito mais preocupada em preparar o ambiente e utilizar fórmulas que prendam a atenção, criando conflitos e controlando indiretamente os participantes do que esteve na edição anterior e, somente isso, já é suficiente para termos esperança de que vem coisa boa por aí. O elenco ventilado não parece ser dos mais conhecidos, porém, a impressão que se tem, é que ele reúne nomes com personalidades tão conflitantes que é pouco provável que a fórmula não funcione.

Por tudo isso, a expectativa é de que a 3ª edição de A Fazenda seja muito superior a anterior e se aproxime bastante da 1ª, que fez muito sucesso junto ao telespectador e também obteve repercussão muito maior. E é importante que funcione, pois a fórmula é bacana, mas mais um equívoco pode condená-la a sair do ar definitivamente.

Troféu TVxTV está no ar

Conforme o Calendário Oficial do 2º Troféu TVxTV, chegou o 1º dos muitos momentos aguardados e vamos divulgar agora as categorias que estarão participando desta edição do prêmio. Diferentemente de 2009, as categorias são menos abrangentes e bem mais específicas, objetivando ser o mais justo possível na escolha do vencedor. São no total 28 categorias e, cada uma delas contará com 05 indicados que concorrerão ao Troféu. Os indicados somente serão divulgados no dia 19 de setembro, próximo domingo as 13h00.

Confira agora as categorias que estão participando do 2º Troféu TVxTV:

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Cura - 1 x06

*Este texto contém spoilers do episódio 6 da série para quem ainda não viu. Se este é o seu caso, fuja do texto

A disputa de poder. Muito mais do que religiosidade, do que fé, do que misticismo e até do que violência, a premissa de A Cura é apenas e tão somente a disputa de poder. Ao menos foi isso que o eletrizante e excelente 6º episódio da série, exibido pela Rede Globo na última terça-feira, nos mostrou. A bem da verdade é que as cortinas para a reta final já se abriram e começam a revelar histórias surpreendentes, além de um enredo muito bem elaborado e instigante.

Se muito do que foi dito sobre Oto (Juca de Oliveira) ao longo de toda a temporada mostrou-se como uma grande conspiração dos inimigos do curandeira, não é possível também afirmar que ele seja um santo. O que se viu no episódio é suficiente para mostrar haver um domínio amplo do personagem entre seus seguidores. Como se passar-se por morto já não fosse suficiente para demonstrar que ele nunca foi assim tão santo, a aceitação que ele tem em ser devotado por alguns personagens da história e o controle - inclusive com ajuda mensal financeira - que ele exerce sobre a vida de muitos é assustadora e mostra que Oto não é assim tão bondoso.

Mas é preciso entender que tudo isso foi mostrado de leve. O telespectador quem deveria concluir as falhas de caráter de Oto, o verdadeiro protagonista da trama, conforme ia assistindo ao 6º episódio e a história do curandeiro ia se revelando. Afinal, após ser pintado como um demônio pela maioria dos moradores mais antigos de Diamantina, agora, ele foi mostrado por Ciro (Rogério Marcico) como um verdadeiro deus - não a toa ele trata o personagem como "pai", assim como outros devotos. O que se viu, através de um vídeo mostrado por Ciro a Dimas (Selton Melo) e Rosângela (Andréia Horta) foi que todos os inimigos de Oto já foram amigos um dia.

O ponto fundamental da história mantém-se no mistério da "morte". Afinal, por que o curandeiro precisou se passar por morto? E o que tanto os personagens de Diamantina escondem de seus filhos sobre a nebulosa história de Oto? É isso que Luis Camilo (Caco Ciocler) e Rosângela vão descobrindo aos poucos enquanto também descobrem não estarem mais tão próximos, já que Rosângela parece perdidamente apaixonada pelo namorado de infância e fascinada pelo poder de Dimas.

Dimas aliás que, mesmo curando Carlindo (Jackson Antunes) foi preso por ter invadido o hospital, porém, logo liberado por ter sido comprovado seu poder de cura. O mais impressionante é que quanto mais conhece seu poder, mais confuso Dimas fica. Depois de ter dito claramente que "vai curar", ele teve outra de suas crises e fugiu dos doentes, não aceitando o que parece ser seu destino.

Enquanto isso, na realidade paralela do século XVIII, Silvério (Carmo Dalla Vechia) tentou a todo custo convencer Ezequiel (Dyjhan Henrique) a curá-lo. O menino, contudo, permanece convencido a não realizar a cirurgia espiritual para curar o vilão. Silvério então dá mais mostras de seu caráter maligno e decide que, a cada vez que o menino der um "não", ele irá fazer algum escravo sofrer na melhor das pressões psicológicas. Numa das melhores cenas de A Cura até o momento, Ezequiel tenta curar uma escrava que havia sofrido violência e, Silvério chegando em cena, dá mostras de sua crueldade e assassina a sangue-frio a escrava, diante dos olhos da criança com um corte no pescoço da vítima feito por uma faca, numa cena forte e que chocou o telespectador. Após a escrava cair nua e sem vida, Silvério usa a faca do crime para lamber (sim lamber) o sangue da escrava que ficou na lâmina e olhando profundamente para o menino solta a frase que pode ser toda a premissa da série: "Você acha que tem poder? Meu poder é maior que o teu, menino. Quem tem poder sobre a morte é maior do que quem tem poder sobre a vida". Delicioso texto de João Emanuel Carneiro.

Por fim, já no presente. Dimas no ápice de seus conflitos internos, ainda foi abordado por homens que não creem em seu poder e começaram a agredí-lo. Apanhando, num beco escuro, parecia o fim da linha para o personagem, mas eis que surge o 'salvador da pátria' Oto, armado e decidido e o ajuda. E o episódio termina com a revelação bombástica de Ciro para Dimas: "Este, meu neto, é o Dr. Oto". Faltam somente dois episódios para o fim da espetacular série que parece embrenhada por mistérios difíceis de se compreender.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sansão e Dalila em Janeiro e Record suicida a história

Se a produção da Rede Record com minisséries já não é um primor - A História de Ester que o diga - a estratégia da cúpula da emissora na escolha de datas para a próxima produção bíblica da Casa é de dar inveja a qualquer produtora de fundo de quintal, tamanha a falta de planejamento ou egocentrismo, depende muito do ponto de vista.

Segundo informações do jornalista Daniel Castro, já foi batido o martelo e a próxima minissérie a ser exibida pela Rede da Barra Funda será Sansão e Dalila com um total de 16 capítulos a história será contada durante o mês de janeiro na faixa das 23 horas.

Um equívoco gritante de estratégia. Não é possível que uma emissora aberta de TV injete tanto dinheiro numa produção de dramaturgia - inclusive com elenco de peso, como parece ser o caso - e simplesmente lance um produto numa data como esta. Há quase um ano a Record vem lançando na mídia pistas e pequenas informações sobre esta produção e já deu a entender diversas vezes que aposta alto em faturamento e em audiência para a história.

Mas a escolha da data mostra outro caminho. Em tempos em que o telespectador tem ligado a televisão com menor freqüência do que o habitual - 2010 vem sendo um ano difícil para todas as emissoras no quesito audiência - o único produto que, mesmo perdendo em número para as edições anteriores, manteve-se num patamar considerado satisfatório foi o Big Brother Brasil 10, da Rede Globo.

Para se ter uma idéia da repercussão do BBB, mal abriram as inscrições para a 11ª edição e já houve 15 mil inscritos com uma hora de inscrição aberta, segundo informações da jornalista Patrícia Kogut. Ainda assim, a Rede Record, provando mais uma vez toda sua falta de estratégia ou egocentrismo tanto faz, decide lançar uma minissérie para bater de frente com um dos principais produtos da Rede Globo que, sempre leva vantagem quando a disputa é para agregar telespectador.

É válido o investimento de outras emissoras em dramaturgia e muito mais válido quando o assunto é série e/ou minissérie, pois dá a oportunidade de ter um acabamento maior e, por conta disso, a produção ser mais cuidadosa. Porém, de nada adianta tanto trabalho, tanto investimento, se houver um equívoco na escolha da exibição como aconteceu neste caso. Mesmo que Sansão e Dalila dê um salto de qualidade em relação a primeira produção da Record, vai adiantar muito pouco, já que praticamente ninguém verá e por culpa exclusiva dos executivos da Rede que tomaram mais uma vez uma decisão errada.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Faustão dá exemplo de entretenimento

Após uma derrota vexatória ocorrida no domingo retrasado, a expectativa para a briga de audiência entre o Programa do Gugu e o Domingão do Faustão era grande, pois muitos já acreditavam que o loiro tinha encontrado seu espaço, horário e formato na nova emissora, após um primeiro ano bastante conturbado e, por outro lado, muitos queriam saber como a direção do programa global iria reagir a sua primeira derrota em muito tempo.

Diferentemente do que se vê na briga entre Record e SBT em que ambas, quando derrotadas, decidem produzir matérias apelativas e de extremo mau gosto no domingo seguinte, vide o exemplo de Eliana com uma produção de péssimo gosto para a atual temporada de Os Opostos se Atraem (e que, a bem da verdade, não adiantou de nada), a Rede Globo manteve o seu padrão de qualidade do qual ela faz questão de se orgulhar, pois foi construído ao longo de anos de trabalho e profissionalismo e decidiu não partir para a apelação ou o sensacionalismo.

Pode-se dizer que o Domingão não seja um primor de programa e que também peque pela falta de ousadia na maior parte do tempo e isso é verdade. Porém, não pode-se dizer que Fausto Silva e sua equipe apelem para o sensacionalismo, assistencialismo ou até para o tal "mundo cão" sob a célebre justificativa da informatividade. O programa do último domingo foi todo centrado no entretenimento para a família (monótono ou não, depende do gosto pessoal).

Após perder nas duas principais praças de audiência do país (São Paulo e Rio de Janeiro) esperava-se, como foi ventilado, que a produção apresentasse matérias para emocionar e até entrasse de leve no mundo-cão e não se viu isso. O que se viu foram os mesmos quadros e o mesmo bom humor e descontração de um apresentador maduro e que sabe a responsabilidade que é conduzir um programa dominical no único dia da semana em que a Rede Globo é incomodada. Com criatividade, a produção do programa decidiu ser técnica e tradicional, buscando o que mais atrai a audiência do telespectador, o misticismo e a religiosidade, tratando do tema espiritismo sob o pano de fundo do elenco de Escrito nas Estrelas.

Se o Domingão não foi o melhor dos programas de entretenimento já produzidos, ao menos ele manteve o nível, não obrigou o telespectador a engolir assistencialismo barato e de péssima qualidade, nem precisou explorar a desgraça humana para obter alguns números de audiência. E com tranqüilidade liderou o programa todo sem ser incomodado em nenhum momento, conseguindo picos de 23 pontos contra 9 da Rede Record. Mostrando como se faz TV.

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