sábado, 28 de agosto de 2010

As Melhores Aberturas da Década

Dando continuidade a série de listas que o Blog está fazendo com referência aos melhores da TV aberta brasileira na década que se encerra em 2010, nesta semana teremos uma nova lista. As 10 melhores Aberturas da Década. O tema é complexo e, por isso, foi restrito à novelas e minisséries/séries. Escolher 10 não foi muito fácil, uma vez que a maior parte das aberturas são criativas, porém, definitivamente algumas se destacam e por isso a escolha. Vamos a elas:

10 - Tudo Novo de Novo


Série da Rede Globo lançada em 2009 com uma única temporada, tinha como protagonista Julia Lemmertz e Marco Ricca, mostrava uma história envolvente e interessante que lembrava o formato de séries americanas no tratamento de relações familiares. A abertura, contudo, era linda, usava da criatividade extrema e mostrava os personagens como em um jogo. Vale a pena rever.

9 - Eterna Magia


A novela se perdeu a partir da segunda metade. Exibida em 2007 tinha como protagonista Malu Mader e Thiago Lacerda e contava a história da Wicca, grupo de bruxas que se denomina "bruxas do bem". A segunda abertura era horrenda e tirou todo o brilho da história, mas a primeira que durou pouco, era genial, pois muito mais do que criativa, mostrava o caminho de uma Valentina em torno do Anel. Muito boa.

8 - O Beijo do Vampiro


Uma espécie de homenagem ao sucesso da década de 90, Vamp, mas que claramente não funcionou em 2003. Tendo Tarcísio Meira e Cláudia Raia no elenco principal, a trama tentava convencer o público com uma história boba e que nunca pegou. Porém, a abertura era engraçada, inteligente e mostrava a leveza de uma história sobre vampiros.

7 - Cidadão Brasileiro


Única novela da Rede Record a figurar na lista, foi exibida no ano de 2006 e mostrava toda a criatividade de Lauro César Muniz como autor. No elenco de protagonita, Gabriel Braga Nunes, Paloma Duarte e Lucélia Santos. A história, apesar de muito inteligente, nunca chegou a empolgar o telespectador. Já a abertura foi um divisor de águas nas produções da emissora. Muito inteligente e inovadora, fez questão de abordar diretamente o tema da novela com coragem e ousadia.

6 - Tititi


Remake da original de Cassiano Gabus Mendes na década de 80 e já fazendo sucesso no ar em 2010, a trama é a única da lista que ainda está no ar. Tendo como protagonistas Murilo Benício e Alexandre Borges, a história - apesar de remake - rejuvenesceu o horário e atraiu novamente o público. A abertura, baseada na original, é muito mais interessante, pois abusa da tecnologia e apresenta traços que beiram a perfeição, por isso mereceu figurar na lista.

5 - Presença de Anita


Minissérie Global do ano de 2001 chocou boa parte dos telespectadores pela ousadia e pela forma como tratou o tema de traição, sensualidade e paixão. Protagonizada por Mel Lisboa e José Mayer, a minissérie atraiu uma legião de fãs pela qualidade do texto e pelas seqüências antológicas de embate sexual entre os protagonistas. A abertura, era um caso a parte, mostrando coragem da direção global, que explorou a juventude da personagem e da atriz, a abertura chamou a atenção de todos.

 4 - Pé na Jaca


Uma telenovela de 2006 e muito divertida. Essa é basicamente a definição da trama que teve inúmeros protagonistas, Murilo Benício, Débora Secco, Juliana Paes, Marcos Pasquim, Bruno Garcia e Fernanda Lima e muitos personagens. A abertura infantil, ousada e absolutamente divertida, muitas vezes chamou mais a atenção do que a própria trama que nunca teve grande audiência. Vale a pena relembrar esta abertura muito inteligente.

3 - A Favorita


A maior novela brasileira de todos os tempos e que foi exibida no ano de 2008. Tinha como protagonistas duas mulheres: Cláudia Raia e Patrícia Pilar e chocou o mundo pela ousadia e coragem do autor João Emanuel Carneiro por modificar completamente o jeito de se fazer televisão no país. A abertura, que inicialmente parecia uma simples amostragem do que seria a história, transformou-sem em genial, pois foi a primeira da TV a mostrar spoiler, pois nela, poderia se saber que Flora era a vilã. Genial.

2 - Cobras e Lagartos


Mais uma novela de João Emanuel Carneiro. Novela de 2006 apresentou um Ibope impressionante, o segundo maior da década no horário, e tinha como protagonsitas Mariana Ximenes e Daniel de Oliveira. A história sempre empolgou o público pela diversão, leveza e criatividade, por isso a audiência sempre correspondeu. A abertura muito criativa, era bem explorada e exagerada, exatamente como a novela pedia e por isso fez tanto sucesso na década e ainda hoje é lembrada.

1 - Caminho das Índias.


A prova de que abertura e trama são independentes. A novela global foi exibida em 2009 e tinha como protagonistas Juliana Paes, Márcio Garcia e Rodrigo Lombardi, apesar de ser a primeira novela brasileira a vencer um Emmy, nunca empolgou o público, nunca chamou a atenção de ninguém e sempre foi muito cansativa e chata. A abertura, contudo, era um espetáculo. Uma música indiana deliciosa de se ouvir e viciante, todos os elementos indianos mostrados na tela e de uma forma genial, tornou a abertura a melhor da década disparada, nada se comparou a ela nos últimos 10 anos. Vale a pena a lembrança.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Quem é o modelo para Malhação?

Assisto Malhação desde sempre. Creio não ser o único e muito menos um dos poucos que acompanha a trajetória da série teen produzida pela Rede Globo há mais de uma década. Desde a estreia na segunda metade da década de 90 até o momento muita gente passou por ali - boa parte do elenco global de peso hoje começou na telinha da série - e muitas histórias foram contadas.

Ao longo deste período o público se identificou com as tramas em muitas temporadas e, principalmente em sua primeira metade, a série era um marco na vida de todo adolescente. É improvável que algum adolescente de 10 anos atrás consiga dizer: "Eu nunca assisti Malhação". Mais do que simplesmente assistir, boa parte dessas pessoas, cresceram acompanhando a realidade adolescente, os conflitos que eles próprios enfrentavam no cotidiano sendo mostradas na TV.

E assim foi até o ano de 2004, quando a emissora conseguiu a proeza de exibir a melhor temporada de todos os tempos da série. A partir dali, ninguém sabe dizer o que aconteceu. Uma sucessão de equívocos, roteiros mal elaborados, direção ruim e péssima escolha na nova geração de atores, culminou para perda de qualidade de Malhação e também para sua perda de audiência. A partir de 2005, o interesse dos adolescentes pela série diminuiu drasticamente.

A atual temporada que se iniciou na última segunda-feira é a prova concreta de que o rumo de Malhação perdeu-se completamente a tal ponto de, infelizmente, podermos afirmar que não há mais retorno. Mais do que simplesmente ruim, a série transformou-se em uma produção dramatúrgica boba, sem qualquer fundamento ou embasamento. Nenhum adolescente em sã consciência vai se identificar com personagens como os que são mostrados - e isso não apenas em 2010, mas desde 2005 e vem piorando.

Em alguns anos até que a produção tenta invadir a realidade desta tribo social brasileira. Problemas como homossexualismo, drogas, namoros são tratados volta e meia, porém, os temas são debatidos com uma profundidade que entediaria uma criança de 04 anos. Os relacionamentos e conflitos do universo teen não são tratados na vida real como são tratados em Malhação e isso afasta o público.

Assistindo a atual temporada que promete uma série de caricaturas e clichês de adolescentes vindo sabe-se lá de onde, a única pergunta que podemos fazer é: Onde os autores da série vêem adolescentes para criar estes personagens? Qual o planeta que serve de Laboratório? A Terra, com certeza, não é.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Cura - 1X03

Escrever sobre A Cura não é tarefa fácil. Desde o episódio piloto se soube que a série escrita pelo ótimo João Emanuel Carneiro para a Rede Globo seria extremamente complexa e não tão simples de se compreender como a maioria dos produtos da teledramaturgia brasileira.

A proposta de João Emanuel foi apresentar ao público um novo modelo de dramaturgia nacional. Portanto, ao assistir cada um dos episódios é preciso que o telespectador tenha em mente que não está vendo um produto meramente brasileiro e, a premissa fundamental para acompanhar a série é despir-se de qualquer pré-julgamento em comparação aos outros produtos televisivos disponíveis no mercado nacional.

Conseguindo isso, é possível sentar-se e deleitar-se diante de um produto iluminado. A TV brasileira passa por um momento histórico e não necessariamente em repercussão e menos ainda em audiência - principalmente em virtude do horário de veiculação, já que começa as 23h30 por causa do Horário Eleitoral Gratuito - mas no formato e na qualidade.

O 3º episódio exibido na última terça-feira retratou a diferença fundamental de A Cura para todas as outras produções nacionais. Como público estamos acostumados a produtos mais rasos - não necessariamente ruins - e com histórias bem desenvolvidas e nada complicadas de se entender. Por mais que o modelo pareça complicado para as personagens, para o público é sempre fácil acompanhar. Não é o que se vê na excepcional série de JEC.

Após um episódio piloto de apresentação, e um 2º episódio em que o público conheceu a fundo a história de Dimas (Selton Melo) e começou a ficar dividido com os mais diversos sentimentos conflituosos do personagem, A Cura nos brindou com um novo episódio e completamente diferente dos demais. Na prática, não houve nada de importante nas cenas vistas durante todo o episódio, porém, ao analisar mais profundamente, este foi o mais importante e com mais revelações até o momento.

A complexidade dos sentimentos de Dimas foram vistos nas cenas em que ele se leva pela opinião de terceiros e não se aceita como é. Em contrapartida, vemos também o desenvolvimento da história paralela, que acontece no ano de 1728 e que, até então tinha como única ligação com a história principal, o fato de também girar na cidade de Diamantina-MG. Agora já há um laço mais profundo, afinal, fomos apresentados no fim do episódio a Ezequiel, um adolescente que realizava já naquele ano curas milagrosas com o mesmo equipamento médico - principalmente o bisturi - que o tal curandeiro Oto (Juca de Oliveira) usou e que Dimas também vem utilizando. Uma ligação e forte.

Além do que, as cenas mostradas nesta realidade foram bem fortes, com Carmo Dalla Vecchia caracterizado profundamente como um homem doente, tomado de uma maldição lançada por um índio e que sofre por conta disso. Palmas aos maquiadores da Globo por conseguirem tamanha perfeição.

Mas o 3º episódio de A Cura teve como foco principal esteve o tempo todo em Rosângela (Andréia Horta) que decidiu a todo custo provar que Dimas cursou Edelweis (Inês Peixoto) através da cirurgia espiritual. Vemos cenas muito bem escritas e ricas em intrepretação. Quem assiste a série e vê a personagem Rosângela conversando tem certeza que a própria  atriz fala daquela forma, como um típica mineira. O retorno de Andréia Horta para a Globo tem sido triunfal.

Após o episódio de terça-feira, um telespectador desatento, desapegado e desinteressado pode ter suspirado e pensado: "O pior episódio entre os três", mas foi o oposto. Este foi o episódio em que tudo começa a fazer sentido e ganhar novas dimensões em A Cura.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Impressionante melhora do Tudo é Possível

Já se foram dois os domingos em que o Tudo é Possível da Rede Record sob a direção de Vildomar Batista. Uma decisão polêmica da cúpula da emissora, visto que era sabido de todos que ele e a apresentadora Ana Hickman estavam de relacionamento estremecidos já há praticamente um ano.

Porém, o que se viu nas duas exibições do programa, foi uma impressionante melhora em todos os sentidos. Vildomar Batista conhece Ana Hickman e sabe utilizar como nenhum outro diretor da Casa, o potencial da moça diante das câmeras. Foi ele quem conseguiu transformar a modelo em uma baita apresentadora a frente da saudosa e antiga versão do Hoje em Dia. O melhor momento da carreira de Ana na TV foi, sem sombra de dúvida, quando era dirigida por Vildomar.

E a parceria, estremecida ou não, ao menos profissionalmente parece já colher bons resultados novamente, mesmo em um período tão curto de tempo. O novo diretor do programa cortou os exageros dos quadros, diminuiu o tempo de outros produtos que gastavam demais e cansavam o telespectador e soube utilizar o melhor de Ana Hickman. A apresentadora nunca esteve bem diante das câmeras num programa de auditório, então, de forma bem planejada, Vildomar tirou a moça do palco para gravações de externas. E o resultado foi excelente.

Muitos continuam a dizer que o Tudo é Possível é uma cópia de tudo que se vê na TV. Não é verdade. Evidente que boa parte dos quadros são semelhantes a outros já existentes. Mas, olhando por este prisma, tudo na TV brasileira é cópia de algo. A bem da verdade é que precisamos separar cópia de inspiração. Com Vildomar, o programa não copia, não realiza um plágio descarado, mas se inspira e coloca a própria identidade tanto da emissora quanto da própria Ana nas situações.

Em duas semanas já foi nítido ver como Ana Hickman estava mais a vontade, voltando a velha forma e apresentando um programa popular e mais leve. Os resultados de audiência são bem mais complexos de se analisar. O programa foi bem e ficou na vice-liderança no último domingo, mas foi surrado violentamente no domingo anterior. Isso comprova que SBT e Rede Record estão investindo na programação de domingo e a concorrência está muito interessante. Não há, pelo menos a princípio, qualquer sinalização de que um programa das tardes dominicais irá ser vice-líder absoluto por todos os domingos. E a preocupação não deve mesmo ser esta. O importante é que o Tudo é Possível, agora com Vildomar, começa a ganhar a cara de Ana Hickman. E isso é bom e muito positivo.

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