sábado, 31 de julho de 2010

Busão do Brasil ultrapassa o limite do ridículo

Definitivamente a TV brasileira decidiu em 2010 investir na bizarrice. Apesar de alguns programas de intensa qualidade que foram lançados ao longo do primeiro semestre do ano, alguns lançamentos de 2010 são constrangedores e em qualquer lugar com um mínimo de bom senso um produto assim não seria aprovado pela cúpula.

Mas estamos no Brasil e, por conta disso, fomos obrigados a presenciar nesta semana um dos lançamentos de Reality Shows mais bizarros da história da TV brasileira. O Busão do Brasil, programa da Band, foi anunciado pretensamente como um Big Brother Brasil com apelo popular e pessoas reais, além é claro de todo o clima popularesco que somente a Band é capaz de criar.

Foi criada alguma expectativa em torno da estreia, é bem verdade que não houve grandes esperanças, porém, o público mostrou interesse em conhecer este diferente formato de Reality em um período em que os Realities tomam conta da TV Mundial. A estreia serviu apenas para confirmar todas as previsões, o nome do programa definitivamente é bem escolhido.

O formato poderia ser interessante se fosse feito com organização e profissionais que entendam do assunto. A Band apostou no apelo sensual e na forma quase amadora de se fazer televisão em busca de um pretenso realismo diante das câmeras. O que se viu não foi nada realista, ao contrário, foi uma junção de pessoas esquisofrênicas e sem um pingo de noção ou amor próprio diante de câmeras numa emissora que não tem qualquer dificuldade em apelar para o que há de mais baixo e vulgar no ser humano em busca de alguns pontos de audiência.

O resultado não poderia ser diferente do que se viu. Um programa de péssimo gosto, mal produzido, mal colocado e que não diz a que veio. Não há nenhum atrativo no Busão do Brasil. Tudo ali é fraco, incluindo o apresentador que entrou no clima vulgar. O que se viu na verdade, não foi um programa da TV, mas a impressão que se tinha, era de se ver câmeras internas de uma sala escura duma boate. E com pessoas da pior espécie. Nojento. Apenas isso.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Escrito nas Estrelas cansa e tem diálogos ruins

Escrito nas Estrelas caiu no gosto do público. Com média parcial de 26 pontos e beirando os 27, a novela tende a ser a maior audiência desde O Profeta, superando a trama anterior da mesma autora Elizabeth Jhin, Eterna Magia e recuperando de vez o horário das 6 na Rede Globo.

Isso não significa que a novela seja um primor. Ao contrário, ela está bem abaixo de suas antecessoras, Cama de Gato e Paraíso. O que torna o folhetim um sucesso é a forma como a autor decidiu abordar os temas de sua sinopse. Nada de inovação, nada que chame a atenção pelo risco ou pelo muito cuidado e profundidade, ao contrário. Tramas rasas, sem nenhum tipo de aprofundamento, temas discutidos sob um ponto de vista raso e o mais do mesmo que as novelas vem apresentando nos últimos 30 anos. E tudo isso junto foi responsável pelo apelo popular que funcionou.

Mas isso não pode esconder os inúmeros problemas da trama e que se tornaram recorrentes e muito mais visíveis nas últimas três semanas. O problema principal que eu já debati aqui segue sendo a forma equivocada que a autora e a direção decidiram lidar com todos os personagem "pós-morte" ou os anjos. Apesar das locações terem melhorado, os diálogos seguem muito ruins e os efeitos especiais parecem terem aprendido com a saga Os Mutantes de tão ruins que são.

Agora, não bastasse os diálogos ruins desse núcleo, parece que o problema se alastrou por praticamente todos os núcleos. Volta e meia é possível presenciar conversas irreais, superficiais ao extremo e com um tom de exagero que dá a impressão de que o texto trata o telespectador como pessoas lentas. Diálogos dispensáveis, repetições para tentar localizar o público cansa e é um desrespeito com a inteligência de quem está assistindo.

Mas o problema grave de Escrito nas Estrelas atualmente se dá no roteiro. Um folhetim que começou forte, ágil e com acontecimentos praticamente todos os dias entrou na fase de barriga que parece não ter fim. A história da protagonista Viviane/Vitória (Nathália Dill) não caminha e, quando caminha, gira e pára exatamente no mesmo lugar. Ninguém aguenta mais essas situações bobas que parecem caminhar para lugar algum e dão a impressão que a autora não tem o controle absoluto da história nas mãos.

Escrito nas Estrelas pode fazer sucesso de audiência, mas não consegue arrebatar pela qualidade e pelo primor de sua história. Ela apresenta mais do mesmo e nem sempre feito com a qualidade esperada. Uma pena.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Globo apequena Dança dos Famosos

Terminou ontem mais uma edição da Dança dos Famosos, quando do Domingão do Faustão exibido pela Rede Globo. O que se viu na edição vencida pela atriz Fernanda Souza foi uma audiência estável, e principalmente muita repercussão por parte do público brasileiro. Conforme as eliminatórias iam acontecendo, mais o telespectador se envolvia e demonstrava sua torcida para os diferentes participantes da edição.

A audiência extraordinária de 25 pontos de média na final - segundo dados prévios - veio para provar o tamanho do quadro. Esta audiência foi a maior da Rede Globo neste domingo, vencendo a média do futebol, do próprio Domingão e do Fantástico. A Dança dos Famosos não pode mais ser vista pela emissora como um dos simples quadros do programa dominical da emissora, como por exemplo o Se Vira nos 30, porque a participação do público é diferente e a repercussão tornou-se maior que o próprio programa.

Mantendo-a simplesmente como um quadro de um programa o que a Rede Globo faz é não prestigiar um grande produto que tem em mãos, pois já passou o momento de tornar a Dança dos Famosos um programa independente, com temporadas próprias, horário bem estabelecido na programação e com apresentador e quadro de jurados próprios, divulgação séria e bem colocada.

Sendo um programa único e no formato parecido com o programa americano, certamente o sucesso tende a ser ainda maior e boa parte das pessoas que perdem em virtude de estar como quadro num programa, passará a assistir. O raciocínio pode parecer complicado, mas não, é simples, muito simples. O Domingão do Faustão raramente consegue mais do que 20 pontos de média e a Dança raramente fica com menos de 23, logo, o público não é o mesmo, há um público específico que vê apenas a Dança dos Famosos, portanto, chegou o momento de transformá-la em programa. 

A rigidez na programação em prol do padrão Globo de qualidade, às vezes impede com que a cúpula da emissora aja nos momentos em que é necessário e ela perde grandes oportunidades e ousar e de ter mais produtos de qualidade. Este é o momento, e é uma pena imaginar que provavelmente a Rede Globo não irá aproveitar e a Dança dos Famosos continuará exatamente como sempre foi, um simples quadro.

Este texto também está disponível no site Famosidades, do Grupo MSN Entretenimentos

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