sábado, 5 de junho de 2010

Grey's Anatomy paga pelos erros do SBT

Ao começar exibir a nova série de seu horário nobre, o SBT fez uma extensa e razoável divulgação em sua programação convidando todos os telespectadores e acompanharem desde o primeiro episódio da primeira temporada uma das séries de maior audiência atualmente nos EUA, Grey's Anatomy.

Como eu já disse no twitter, a série não faz meu estilo e, após acompanhar durante toda a primeira temporada, abandonei, principalmente porque são muitas as séries a assistir e não há como ver todas, ela não estando em minha lista de prioridades, foi limada. Mas também reconheço que Grey's Anatomy é uma série redondinha e muito bem produzida e, entre todas que a emissora exibiu em seu horário é a que mais lembra o estilo das telenovelas brasileiras e, por conta disso, há uma certa lógica na escolha.

A partir de segunda-feira o SBT terá em seu horário nobre três produtos seguidos apresentando o mesmo público-alvo, fato raro na emissora. A começar pela novela Uma Rosa com Amor que entrega direamente para Grey's Anatomy para, em seguida, começar a reprise da novela A História de Ana Raio e Zé Trovão. Faz sentido.

Porém, o primeiro episódio da série que começou na sexta apresentou resultado pífio. Apenas 3 pontos de média com um pico de 4 herdado do programa anterior e, em alguns minutos, a incômoda 4ª colocação perdendo até para a Rede TV. É evidente que a série tem potencial para dar muito mais do que isso, não há dúvidas de que é um produto muito bom e que, em qualquer circunstância brigaria de igual para igual com CSI, da Record.

Ocorre que o público se faz uma só pergunta: Por que trocar a exibição de CSI, segura, com todas as temporadas, por uma série do SBT que certamente será substituída ao final da primeira temporada caso não apresente resultados? Não se pode dizer que o público brasileiro não seja inteligente ou tenha gosto ruim, ao contrário, seria insanidade deixar de acompanhar uma série a que se vem assistindo há meses por outra sem futuro garantido.

Essa audiência é conseqüência de um planejamento mal feito pela cúpula do SBT que, desde o fim de Sobrenatural, se perdeu completamente na exibição de séries e, aparentemente, ninguém da emissora conhece o conceito de continuidade para fidelização do público.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Globo e os remakes

A Globo provavelmente nem vai divulgar como oficial, mas a intenção da alta cúpula é realizar um remake por ano em comemoração dos 50 anos da emissora. As produções irão recontar histórias das principais novelas sucesso ao longo do tempo. Ainda não há uma confirmação de quais serão os títulos escolhidos. 



O site Portal PS já divulgou que existe a intenção de realizar os remakes de Guerra dos Sexos, em 2012, e Que Rei Sou Eu?, em 2014. A adaptação de Ti Ti Ti, assinada por Maria Adelaide Amaral, que entra no ar no segundo semestre deste ano, é uma das primeiras produções dessa ideia. 

Evidentemente, grandes obras da emissora não deverão ser regravadas, já que não há qualquer sinalização para que este tipo de produto seja colocado no principal horário das novelas, às 21h. Portanto, seria inviável remakes de novelas como Vale Tudo, O Rei do Gado e Roque Santeiro. É provável que apenas grandes sucessos das 18h e das 19h sejam recontados. 

Alguns nomes já começaram a ser discutidos, outros ainda são apenas boatos. De qualquer forma a aposta em remakes anuais pode gerar a princípio dois sentimentos nos telespectadores. É muito interessante que a geração atual possa ter a oportunidade de acompanhar grandes novelas da história do Brasil e, pensando assim, a intenção é válida, em contrapartida, isso também indica um momento de crise de criatividade em que novas obras não estão sendo bem aceitas pelo público. E você, prefere o que?


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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Bela a Feia termina como o melhor remake desta história

O último capítulo de Bela a Feia exibido na última quarta-feira pela Rede Record representou o fim da primeira obra da emissora em parceria com a rede de televisão mexicana Televisa, desde o acordo firmado em 2009 e que foi criticado por muitas pessoas como sendo um retrocesso por parte da 2ª maior emissora do Brasil, principalmente porque o ideal era continuar investindo em obras inéditas e brasileiras e também em virtude do trauma que foi a parceria entre Televisa e SBT nos últimos anos.

Ocorre que, aparentemente, os termos do contrato são muito diferentes e na emissora da Barra Funda houve total liberdade criativa para se adaptar uma trama mexicana. A escolha da primeira novela da parceria foi arriscada e também sofreu muitas críticas, já que a história da moça feia que entra no mundo da moda e se apaixona pelo chefe já foi produzida a exaustão no mundo todo e no Brasil já foi exibida em diversas versões. Era um risco, mas foi calculado.

Gisele Joras, responsável pela adaptação brasileira, deu mostras de ser a grande autora que a Record tanto alardeou quando ela venceu o concurso de roteiristas. Ela assumiu um trabalho arriscado numa obra desgastada no Brasil, já que todo telespectador sabia exatamente como se desenrolaria a história. Após um começo conturbado, de atuações fracas e com a história batida e sem atrair o público, a autora decidiu inovar, e contou uma outra história.

Bela a Feia tornou-se muito mais um remake do original do que propriamente uma versão brasileira. Gisele Joras inseriu adrenalina, novas histórias, mistérios e não perdeu a veia cômica. Daí em diante o folhetim agradou e não parou mais de subir na audiência. Com um texto ágil e delicioso, nomes começaram a se destacar como Sílvia Pfeifer que foi a dona da novela e a carregou nas costas durante boa parte da história. Após tantos anos meio que perdida, Sílvia se reencontrou na profissão com seu melhor trabalho na década.

Outro ponto positivo do elenco foi Bruno Ferrari. Ator que sofreu muito preconceito na carreira, principalmente por receber papéis maiores do que seu talento conseguia, mas estudou, deu a volta por cima e conseguiu ir muito bem como protagonista da trama. Bruno deu mostras de que será um grande ator ao longo do tempo. A decepção ficou por conta de Gisele Itiê que não soube compôr a protagonista em nenhum momento. Pena.

O último capítulo de Bela a Feia foi ainda mais surpreendente do que se esperava e muito bem conduzido pela autora que, com um fim tão interessante, transformou a novela da Record na melhor produção dessa história entre todas que já foram criadas. Parabéns a ela e a equipe.

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Telenovelas ou séries? Qual o futuro?

Já se foram 13 capítulos da nova novela da Rede Globo, Passione, e está mais do que claro que a trama é infinitamente superior em todos os quesitos à sua antecessora. Mais do que simplesmente isso, ela é melhor do que a maioria das novelas das 9 transmitidas pela emissora ao longo da década, ao menos nestas primeiras duas semanas de exibição. Porém, até o momento o que se tem visto é o pior início de uma telenovela global no horário em relação aos números de audiência. Passione vem registrando números na casa dos 32 pontos, ou seja, 8 pontos abaixo da meta.

É evidente de que ainda é influência da péssima Viver a Vida que afugentou o público acostumado a assistir novela e, na prática, a trama de Sílvio de Abreu está apenas a 04 pontos da média geral da antecessora. Junte-se a isso o fato de que toda telenovela somente engrena em audiência após o capítulo 30 e pode-se ter uma explicação. Ainda assim, Passione fecha um ciclo extremamente desagradável para a Rede Globo e que se iniciou em Paraíso Tropical. Agora, em 2010, todos os principais autores globais sentiram na pele a impressionante queda de audiência do maior produto da emissora. A queda começou com Gilberto Braga, passou para Aguinaldo Silva em Duas Caras, correu por João Emanuel Carneiro em A Favorita, foi transferida para Glória Perez em Caminho das Índias e também assolou Manoel Carlos em Viver a Vida. Restava apenas Sílvio de Abreu e, pelo visto, não resta mais.

Em contrapartida o que se vê no mesmo horário desde 2009 é as duas principais concorrentes da emissora carioca roubando preciosos pontos das telenovelas com um produto completamente diferente e que no Brasil nunca foi sucesso absoluto. As séries. Caminho das Índias sofreu e não conseguiu engrenar a não ser nas três últimas semanas e viu preciosos pontos serem transferidos para o SBT que exibia a série Sobrenatural. Neste período por diversas vezes a série americana chegava a dois dígitos de audiência e impressionantes picos, algo impensável contra uma novela das 8 até bem pouco tempo.

Em 2010, Viver a Vida e, agora, Passione, sofrem também. Mas o adversário é outro e em outra emissora. A Record aproveitou-se da estratégia do SBT e colocou no horário uma das principais franquias de série policial do mundo, CSI, e o resultado não poderia ser melhor. Sempre com médias girando acima dos 10 pontos, a franquia consegue altos picos e, a cada dia, maior audiência. Na noite de ontem, o share chegou em determinados momentos a 69%, muito alto, e apenas a atração da Record aumentou seus números, chegando a picos de 16 pontos contra a trama global.

Isso significa o que? O brasileiro está se cansando do formato das telenovelas? São mais de 40 anos assistindo ao mesmo formato de folhetim e, aparentemente, algumas pessoas decidiram mudar. Mas será mesmo? Afinal toda trama que tenta inovar sofre rejeição ainda maior por parte do público e toda emissora que tenta apostar em séries com episódios semanais, vê sua audiência fiascar. Qual o futuro da TV brasileira? As séries ou as telenovelas? Responda você.

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terça-feira, 1 de junho de 2010

Record acerta em cheio horário de Os Mutantes

Começou na última segunda-feira a reprise da trilogia criada por Tiago Santiago na Rede Record que conta a história de seres humanos com poderes graças a mutações genéricas. A trama que já havia sido veiculada na emissora em seu principal horário de novelas, volta para a grade remodelado e em novo horário, a partir das 18h15.

A direção acertou em cheio na escolha do horário, ainda que haja quem conteste uma reprise de uma obra tão recente, escolhida, a trama deveria mesmo ocupar esta faixa na programação. A trilogia formada por Caminhos do Coração, Os Mutantes e Promessas de Amor começou com um sucesso avassalador em números de audiência, chegando a incomodar a poderosa novela das 9 da Rede Globo, mas com o tempo perdeu força e acabou de forma melancólica.

O texto de Tiago Santiago nunca foi bom, especialmente nesta obra em que ele inseriu todo tipo de didatismo possível e apostou em frases de efeito da pior qualidade do tipo "você nunca vencerá o amor" para tentar manter o público. As atuações também nunca foram o forte da trilogia e incomodava bastante quem assistia, já que o elenco não parecia verdadeiramente comprometido com o trabalho. Outro ponto que virou lenda durante a primeira exibição foram os efeitos especiais que, além de provocar risos em quem via, dava verdadeira vergonha alheia.

Passados os problemas, é preciso analisar a escolha com calma. Os Mutantes segue a corrente de filmes e séries com o tema que marcaram época recentemente, como os X-Men e Heroes. Mesmo que essas duas obras sejam infinitamente melhores que a novela, elas tinham um mesmo público-alvo, crianças e adolescentes.

A Record nunca deveria ter aprovado a sinopse de Tiago Santiago como uma novela de horário nobre. O correto seria apostar em uma série para o público jovem e exatamente no horário em que está sendo exibida a reprise. Séries que apostavam em heróis poderosos e na luta entre o bem e o mal fizeram muito sucesso em meados dos anos 90 na TV Manchete. Séries japonesas como Jaspion e Jiraya viraram febre nacional ao serem exibidas exatamente neste horário para dar às crianças e adolescentes que estavam ou chegando da rua para se prepararem para jantar ou chegando do colégio aos que estudavam a tarde. E sempre funcionou.

Os números do primeiro capítulo comprovaram o acerto. Os Mutantes cresceu - e muito - a audiência da emissora. Foram 10 pontos na audiência, em média 04 a mais do que na última semana. É provável que gradualmente esta audiência venha cair, mas não porque o público prefere outro produto, mas principalmente porque a trama é ruim e fraca, por si só afastando o telespectador, mas o horário foi perfeito.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quando uma criança salva uma novela

Já foram duas semanas no ar e até o momento a nova novela da Record, Ribeirão do Tempo, ainda não disse a que veio. A audiência vem numa crescente, principalmente pegando carona nos últimos capítulos de Bela a Feia, mas principalmente aproveitando a ótima audiência de CSI neste período de baixa da nova novela das 9 da Globo, Passione, que não vai registrando altos índices.

Mesmo assim, a trama assinada por Marcílio Morais não parece - ao menos até aqui - ter a qualidade de outras histórias da emissora e, com isso, não dá a entender que será capaz de segurar a audiência conquistada nesta reta final por Bela. A história principal, além de muito batida, não é interessante suficientemente a ponto de segurar o telespectador, muito disso também se dá a fraca interpretação do núcleo protagonista que, aparentemente, ainda não encontrou o tom correto para dar a cada um dos personagens.

A intenção de Marcílio, certamente foi de criar uma história que lembrasse bastante algumas outras telenovelas, ou seja, ele não inventou nada, utilizou a metodologia de apostar no folhetim típico, mas até o momento vem utilizando ingredientes exagerados e o resultado tem sido um sabor não muito agradável diante da tela. Os núcleos paralelo também não funcionam com a qualidade esperada e a impressão que se dá é que as histórias ficam truncadas, presas a algo e não caminham com naturalidade.

Com duas semanas de história, percebe-se que a aposta de Ribeirão do Tempo terá de ser propriamente no mistério. Essa é a trama que envolve o público e chama a atenção por ser muito bem amarrada e dar exatamente o clima que é necessário para induzir o telespectador a querer continuar assistindo. Mas, para isso, é importante que essa história cresça e ganhe proporções de protagonismo, porque do contrário, não poderá segurar a audiência.

Mesmo assim, até o momento, a novela vem sendo carregada nas costas por uma pessoa. Aliás, por uma criança. Letícia Medina vem dando um banho de interpretação, melhor que todos no elenco, e faz com que o telespectador torça por sua personagem. Não é fácil para uma criança interpretar uma menina que se faz passar por menino, as chances de cair na caricatura são grandes (como ocorreu com Kaiki Brito em Chocolate com Pimenta), mas Letícia acerta o tom em todas as cenas. Ela é a dona de Ribeirão do Tempo.

Este texto também está disponível no site Famosidades, do grupo MSN Entretenimentos

domingo, 30 de maio de 2010

Quem merece ficar com o Futebol?

A mídia nacional vem falando exaustivamente sobre a possibilidade - que aparentemente parece ser grande - do fim da exclusividade que a Rede Globo tem em praticamente todas as transmissões de Campeonatos de futebol no Brasil, principalmente o Campeonato Brasileiro. E, a partir daí, muito se tem discutido no que seria melhor tanto para os clubes, quanto para o espetáculo como um todo.

Essa discussão é muito ampla e não cabe num espaço como o blog, pois envolve inúmeros profissionais das mais diversas áreas e influencia não apenas em algo que é paixão nacional, mas em algo que gera empregos e influencia toda uma cultura, por isso, a discussão e reflexão é válida, porém, aqui, iremos falar sobre o campo da televisão, apenas.

Que a Globo é um exemplo mundial de transmissões esportivas de qualidade não resta a menor dúvida. Quem assiste ao Campeonato Brasileiro e a campeonatos de outros países, mesmo a badalada UEFA Champions League, percebe a diferença principalmente no enquadramento das câmeras que na Globo beira a perfeição. Há o que se discutir sobre a narração e os comentaristas, mas nisso, temos muito mais gosto pessoal do que propriamente profissionais abaixo da média, porque é inevitável concluir que, no Brasil, a emissora possui os melhores profissionais da área.

Um ponto que também deve ser discutido é que com o fim da exclusividade da Globo como seria o novo modelo? Tirar a exclusividade de uma emissora e colocar em outra - no caso a Record - que teria de iniciar toda uma estrutura de equipe esportiva de ponta (e isso inclui todo tipo de profissional) não parece o mais sensato e muito menos o melhor caminho para o futebol de forma a contribuir para o telespectador. Se é para ter exclusividade, que fique com quem tem experiência e já demonstrou capacidade, não precisando provar mais nada a ninguém.

Todavia, nas últimas semanas começou a ser ventilado o fim da exclusividade. Ao que parece, existe um projeto em que o Campeonato Brasileiro seria dividido em pacotes. A Rede Globo compraria um pacote com os principais jogos da rodada e, outras emissora interessadas, comprariam o pacote dos jogos restantes.  A princípio, essa proposta para lúcida e inteligente.

Num Campeonato em que existem sempre pelo menos 07 clubes com chances de conquistar o título e, nos últimos anos, a competição vem sendo decidida nos últimos jogos e com 04 ou até mais clubes brigando, a divisão de pacotes é muito interessante para todos. Por exemplo: se a Globo comprar os pacotes com os grandes favoritos e Record (ou outra emissora) comprar o pacote intermediário, pode acontecer como em 2008, um time intermediário naquele ano, como o Grêmio que não era apontado como favorito, chegar na última rodada disputando e, o público da TV aberta, teria a possibilidade de acompanhar os dois jogos decisivos.

Essa proposta é a ideal, principalmente porque permite que várias emissoras mostrem os jogos - se forem divididos em 03 pacotes - e torna tudo muito mais atrativo para o telespectador, obrigando as emissoras a terem sempre um diferencial que chame o público. Mas por enquanto, ainda não há nada decidido. O jeito é se contentar com a exclusividade de 2010.

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