sábado, 30 de janeiro de 2010

SBT destruiu o formato de Solitáros


Quando o SBT anunciou ter comprado e ir produzir um dos Realities Shows mais polêmicos da TV Mundial, Solitários, a expectativa em torno dessa produção foi muito grande, pois de fato é sucesso no mundo todo. Com uma fórmula ágil, em alguns momentos a impressão que se dá é de tortura dos participantes, o que se esperava era muito sucesso para a emissora. Não foi o que ocorreu.

Entre todos os Realities do Brasil, Solitários é o que tem menor audiência, girando em torno dos 8 pontos. Para uma super produção anunciada com pompa pela emissora que atualmente briga para retomar o segundo lugar de audiência e pelo horário de exibição, em pleno horário nobre, os números são quase fiascos.

Para quem comprou os direitos do formato isso pode soar estranho, afinal, Solitários, é sucesso no mundo inteiro, por que seria diferente justamente no Brasil em que o público é fissurado por Realities Shows? A resposta não é tão complexa como muitos podem imaginar, ao contrário, ela está clara e deveria ser vista com facilidade pelo SBT, o problema está na produção.

A direção do programa não captou a intenção do formato mundial e o que se vê na tela é um programa chato, arrastado e que não tem qualquer tipo de apelo, afastando o público que não se identifica com nenhum participante nem faz questão de acompanhar todo o histórico. Isso se deve também pela escolha dos participantes que não entendem estar num programa de TV e, por isso, precisam aproveitar a oportunidade. Todos os participantes limitam-se a ficar em cabines e dizer uma ou outra frase sem nexo e que não chama a atenção de ninguém.

Outro problema grave que colabora para que o programa não deslanche é a fragilidade das provas. Para um Reality que se propõe a quase torturar seus participantes, Solitários não empolga, pois as provas são quase todas bobocas e sem nada que tire alguma reação do público. Um programa não precisa sempre fazer o telespectador reagir de forma positiva, mas é preciso haver alguma reação, mesmo de nojo, asco, ódio e, neste programa, a única reação é a indiferença.

Mas o maior problema é mesmo a edição. O amadorismo com que é conduzida a edição de Solitários no SBT impressiona. Provavelmente a direção nunca lidou com nenhum tipo de programa semelhante e não se preparou suficientemente para encarar o trabalho. Edição arrastada, grandes saltos de acontecimentos, caracteres que tentam impressionar o público, mas que não funcionam formam o corpo fracassado do Reality. Não adianta escrever na tela que os participantes sofreram privações se as cenas não condizerem com isto. A escolha das cenas é muito infeliz, não se vê verdade no "desespero" de ninguém ali, tudo soa artificial, provavelmente por não apresentar o apelo correto junto ao telespectador.

A aquisição do SBT foi muito boa. Solitários é sucesso no mundo todo e tem tudo para deslanchar também no Brasil, mas se a emissora quiser realmente produzir um sucesso, é necessário modificar toda a estrutura do programa para uma segunda temporada, porque do jeito que está, não incomoda ninguém. Nem os participantes e muito menos a concorrência.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A reação da Rede Record


Desde meados do segundo semestre de 2009 a mídia vem tratando a exaustão da disputa entre Rede Record e SBT pela preferência da audiência. Desde então, o que tem se visto é a emissora de Sílvio Santos muito mais organizada do que era, tentando trabalhar com profissionalismo e, dentro dos padrões da própria Rede, responsabilidade e respeito pelo público.

Com tudo isso, a opinião era quase unânime de que em poucos meses o SBT se aproximaria da Rede Record para, em seguida, retomar o posto de 2º maior emissora do país. A tarefa parecia a cada dia mais facilitada pela própria emissora dos Bispos que não cansava de cometer erros, mudanças e o que se via era falta de estratégia permanente na Grade de programação.

Mas isso mudou. Não sei se tarde demais, mas a Rede Record parece ter finalmente acordado e está disposta a se afastar novamente do SBT e se manter como a 2ª maior emissora do Brasil. A tarefa não é fácil e, sem dúvida a briga será boa, porque a direção de ambas as emissoras parece disposta a criar todo tipo de estratégia em busca de pontos de audiência - não que isso seja necessariamente bom.

Após um começo de ano triunfante para o SBT que chegou a voltar a ter a 2ª maior audiência na média-dia, o que se tem visto nos últimos dias é uma franca reação da Record. Uma grade mais organizada - ainda que cheia de produtos enlatados por toda a programação - e que parece compreender melhor seu telespectador para conseguir sugar alguns pontos de audiência em horário de fragilidade das concorrentes.

Com a baixa audiência de Tempos Modernos, nova novela das 7 da Rede Globo, a Record tem se especializado em colocar no ar plantões jornalísticos que chegam a marcar 12 e ate 15 pontos - considerado alto para o horário. Além disso o Jornal da Record que chegou a momentos ruins voltou a vice-liderança folgada com dois dígitos nos números.

CSI parece também ter sido um acerto - considerando exclusivamente os números de audiência - pois a Record cresceu bastante no horário e recuperou a vice-liderança que já era consolidada do SBT nesta faixa. Além disso, o crescimento da série impulsionou toda a grade da emissora que - a partir daí - marca dois dígitos em toda a programação com A Fazenda, Bela a Feia e Poder Paralelo, prova de boa estratégia.

Na noite de quarta-feira o terror voltou a Rede Globo. Apresentando partidas de futebol - Campeonato Paulista para São Paulo - a emissora sofre com o Ibope desde o ano de 2008. Ontem, por exemplo, A Fazenda registrou média de 16 pontos, melhor média da 2ª edição do Reality, um feito se considerarmos que o programa mal chegava aos dois dígitos. Bela a Feia também foi um sucesso retumbante com 14 pontos de média, batendo seu próprio recorde. E Poder Paralelo, mesmo sendo exibida das 23h16 às 0h05 conseguiu manter-se nos 12 pontos de média.

Ainda não é possível dizer que a reação da Rede Record é homogênea e vá trazer resultados diários. O Plantão da emissora vem dando audiência satisfatória em virtude dos alagamentos que tomam conta de São Paulo e, isso, uma hora acaba. A Fazenda e as novelas somente apresentam bons números às quartas-feiras, disputando com o futebol, e nos outros dias voltam ao normal. E CSI começa a preocupar. Após 03 episódios a série já não tem a vice-liderança tão assegurada assim. Na segunda venceu a adversária Gossip Girl por 11 a 6, na terça foi 10 a 7 e ontem já foi 10 a 9. Gossi Girl vem crescendo e pode sim voltar a vice-liderança.

De qualquer forma, a expectativa é de que novas mudanças ocorram nos próximos meses na emissora da IURD e deixe a grade mais agradável para o telespectador. Com isso, o SBT também promove mudanças e a briga continua, mas dessa vez, com a Record viva.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Declínio da TV Aberta



Estratégias. Tudo o que temos ouvido falar nestas últimas semanas se resume a estratégias. SBT e Record se degladiam em busca de audiência maior e se consolidar na vice-liderança do Ibope e cada postura tomada por ambas é chamada de estratégia. Não é bem assim.

A briga entre as duas emissoras mostra uma fragilidade imensa de ambas em serem profissionais e pensar exclusivamente em seu público e não em guerra de egos como temos visto - inclusive com discussões e bate-bocas na internet que beiram o ridículo. A Rede Record chegou a acusar em determinados momentos a Rede Globo de ser líder de audiência por manipular e até monopolizar a notícia e o veículo. O que se vê, contudo, é que a emissora da família Marinho é líder absoluta de audiência pelo simples fato de respeitar seu público.

Apenas no mês de Janeiro, para se ter uma idéia, a Rede Record - segunda emissora na preferência, segundo o Ibope - modificou sua grade de programação tantas vezes que ninguém mais consegue contabilizar isso. A tarde, a noite e até de manhã foram tantas mudanças que deixa qualquer telespectador irritado e sem condições de acompanhar a programação.

Um exemplo clássico disso se dá na novela Poder Paralelo. Um dos melhores produtos de teledramaturgia dos últimos anos e a melhor novela já produzida pela emissora desde que retomou seu núcleo de telenovelas, além de ser a maior média de audiência de toda a programação da Rede, é constantemente desrespeitada. As mudanças de horário fizeram com que a trama de Lauro Cézar Muniz passeasse por praticamente toda a grade noturna. Ela já esteve as 9 da noite, 9 e meia, 10, 10 e meia e agora começa as 11, sem o menor respeito pelo público cativo.

Como se não bastasse as contantes mudanças de horário, a Record apostou - e deu resultado - em uma série americana para recuperar a audiência perdida na faixa das 9 da noite. Isso não é novidade, pois o SBT recuperou a vice-liderança no horário justamente exibindo uma série americana - Sobrenatural. Com o fim da 4ª temporada, foi necessário a substituição e entrou no ar outra série, Gossip Girl, que não deu o resultado esperado em sua estréia, muito disso graças a estratégia da concorrente que colocou no ar a série CSI, sucesso em todo mundo.

Os fãs de ambas as emissoras continuam se ofendendo e nomeando essas mudanças como estratégia. Mas o que se vê na verdade, está longe de ser estratégia. SBT e Record ao colocarem em sua grade nobre, no horário de maior share - número de televisores ligados - um produto enlatado, ou seja, uma produção de outro país, carimbam em suas marcas a incompetência de sua produção.



Um país como o Brasil, com atores e atrizes de qualidade confirmada e admirada em outros países do mundo, considerado o país das melhores novelas do mundo, com autores criativos e capacidade de criação impressionante não pode assistir de forma passiva as 2ª e 3ª maiores emissoras abrirem mão de produções próprias para aderirem a enlatados. Isso é inversão de valores.

Alguém pode dizer que apenas a Globo produz novelas de qualidade, o que é comprovadamente um ledo engano. O SBT em meados dos anos 90 tinha uma núcleo de dramaturgia impressionante e produziu obras de grande qualidade, como Éramos Seis e Sangue do Meu Sangue. A Rede Record também seguiu este caminho nesta década ao produzir novelas como Essas Mulheres e a própria Poder Paralelo.

Mesmo assim, se a direção de ambas as emissoras acreditam que o formato de telenovela está desgastado - a Record já anunciou que ao acabar Poder Paralelo ficará com apenas uma novela no ar e o SBT atualmente não tem nenhum, aguardando o início de Uma Rosa com Amor - e que a população brasileira está mais interessada no formato serial como acontece nos EUA, que não se importe, mas que faça produções próprias.

Tudo que não se pode é nos obrigar a assistir a essas duas Redes de TV abrirem mão de sua história, abrirem mão de produzir empregos, de apostar na arte brasileira, para irem pelo caminho mais fácil em busca pela audiência. Já é tempo de se profissionalizar os núcleos dramáticos e também os diretores de produção de todas as emissoras brasileiras. O que temos visto são diretores preguiçosos que preferem procurar soluções em outros países do que criar.

O horário nobre da TV brasileira não é para se colocar produtos enlatados. O povo brasileiro merece produções próprias - e de qualidade, diga-se - e os autores, atores, e todos os profissionais de TV merecem ter empregos estáveis ao invés de serem obrigados a mudar de área enquanto as produtoras americanas enriquecem à nossas custas.

Espero que a briga por um ou dois pontos no Ibope não cegue os responsáveis e que tanto o SBT quanto a Record entendam que o melhor caminho para a televisão brasileira é justamente o inverso que eles apostaram, é a produção própria.

domingo, 24 de janeiro de 2010

O Problema de Tempos Modernos é o Público


Para começar este artigo é preciso deixar claro uma coisa: eu sou um dos grandes defensores da telenovela como obra de arte, assim como cinema, teatro e literatura. Não a considero melhor ou pior que as outras citadas, mas entendo que ela tenha uma linguagem própria para um público próprio. Posto isso, vamos falar de Tempos Modernos.

Com duas semanas de exibição, a trama de Bosco Brasil ainda não emplacou no Ibope como queriam os executivos da Rede Globo que esperavam muito da obra, muitas críticas estão surgido em vários sites e jornais fazendo referência a linguagem e ao ritmo de Tempos Modernos, além claro que falar da audiência bem abaixo do satisfatório. Mas é preciso fazer uma análise mais complexa destes números em comparação ao que foi apresentado nestes primeiros 12 capítulos.

O folhetim é muito mais do que uma trama simples, com humor raso e diálogos quase infantis como suas antecessoras e, principalmente, Caras e Bocas que foi um sucesso retumbante, mas que nunca teve um texto que primava pela qualidade intelectual. Tempos Modernos apresenta ao público algo muito diferente do que se vê tradicionalmente nas novelas, seja qual for o horário. Em qualquer análise que se faça, optando por quaisquer das muitas características de uma trama, há de se perceber que a novela das 7 é muito diferente.

O ritmo ilustra muito bem esta afirmação. Tradicionalmente as primeiras semanas de uma novela é mais calma, com alguns acontecimentos rápidos para prender a atenção do público, mas apresentando os personagens de forma tranqüila e profunda, para que o público conheça melhor cada característica dos personagens e possa se identificar com alguns. Tempos Modernos modificou isso ao criar um ritmo alucinante desde o princípio. O autor não parece interessado em fazer apresentações, em mostrar as facetas de seus personagens. Para ele, ao que tudo indica, o importante é que o público conheça-os através de suas atitudes - que são muitas. Tudo é muito exagerado no ritmo da trama, isso mostra a intenção clara de colocar os personagens dentro de situações improváveis, mas teoricamente interessantes. Neste sentido, o folhetim lembra muito pouco o formato de telenovela e se aproxima muito mais das séries, pois os capítulos são quase independentes um do outro, sem grandes ligações, o que é uma inovação e tanto. Isso não quer dizer que a história não faça sentido, ela faz, mas a história maior - a que vai amarrar toda a obra - é cercada por pequenas histórias contadas a cada capítulo, como em séries.

Ao se olhar para as histórias em si é possível fazer observações interessantes. A grande crítica é que Tempos Modernos não apresenta uma história importante, centrada e que chame a atenção do público. Para os críticos, ali, tudo é muito forçado. Discordo. Primeiro é preciso lembrar que estamos diante de uma novela, de uma obra de ficção que desde as chamadas nunca teve a intenção de mostrar sentimentos, situações e pessoas reais. Bosco Brasil vem fazendo isso com maestria, fugindo da identificação, ou seja, ali, ninguém se parece com uma pessoa de verdade. E é nisto que os críticos erram ao não compreender que o Edifício Titã - local em que se passa boa parte da trama - não existe, é obra de ficção, está na imaginação. Se olharmos isso tudo sob este prisma, a história de Tempos Modernos se torna divertida, de bom gosto, com verossimilhança, leve e muito bem colocada.

As referências a obras clássicas também podem atrapalhar a compreensão do público. Alusões a grandes obras do cinema e da literatura, além de frases típicas de contos de fadas, dão ao folhetim uma cor completamente diferente a que nos acostumamos para o horário - e para as telenovelas de modo geral. Esta mudança não deve ser vista como uma ruptura negativa, mas como uma experiência em se criar novos caminhos para a sobrevivência do segmento.

Muitos estão criticando também o elenco e cometem erros e injustiças. Antônio Fagundes nem de longe lembra seu último personagem, Juvenal Antena em Duas Caras, apesar de ambos os personagens terem histórias de vida semelhantes, Leal é muito mais bem humorado, e Fagundes criou trejeitos muito interessantes para o personagem. A dupla romântica da trama também começa a chamar a atenção. De fato, Nelinha e Zeca são extremamente melosos, românticos e suas falas são cheias de metáforas e as vezes parecem não se interagir uma a outra. Mas isso é literatura, é licença poética, e Bosco Brasil faz isso com maestria. É o típico amor de cinema. Tiago Rodrigues soube dar nuances interessantes a seu personagem e Fernanda Vasconcelos vem melhorando. Viviane Pasmanter e Regiane Alves mostram que sabem fazer humor, no papel de Regeane e Goretti, respectivamente, a dupla tem dado a chance de muitas risadas ao público e creio que suas personagens vão crescer muito ainda.

São muitos os destaques do elenco. Guilherme Weber segue muito bem como o vilão Albano. Ele é o personagem mais difícil de fazer, por ser um vilã atípico. As maldades não são escondidas, ao contrário, são claras e até divertidas e, isso o torna muito mais interessante. Grazzi Massafera vem dando conta do recado com sua primeira vilã Deodora, ela não é o destaque desses capítulos, mas não compromete. E não podemos esquecer de Eliane Giardine que, madura, experiente, vem dando um banho de interpretação como Hélia.

E tem o núcleo mais complicado e criticado. A galeria do rock. Comandada pelo personagem de Leonardo Vieira (que só pra variar vem dando um show), os roqueiros de Tempos Modernos vêm sofrendo uma enxurrada de críticas, muitos considerando-os exagerados. Bobagem. Quem já visitou a galeria do Rock em São Paulo sabe que funciona daquele jeito. Quem tem amigos que consideram o rock uma religião, sabe que eles são desta forma. Eu estou gostando muito do núcleo. E ainda é preciso lembrar novamente que ali é uma obra de ficção, é preciso mostrar as principais características da tribo justamente para chamar a atenção.

A idéia do computador inteligente, o Frank, foi muito bem bolada. Ainda acho que o "personagem" vem sendo muito pouco aproveitado. Creio eu que a voz vai aparecer muito mais no decorrer da trama. Por ora, tem aparecido pouco, mas a todo momento, o texto do Frank é um dos melhores de cada capítulo. Com um bom humor impressionante o computador já conquistou o público.

Ao ver as críticas a novela e pessoas dizendo estarem com saudades de Caras e Bocas nota-se que há um problema no público brasileiro. A falta de paciência para se pensar, para degustar uma obra com calma, sem precisar rir mecanicamente com frases repetidas todo capítulo - em Caras e Bocas metade dos personagens tinham seus bordões que se tornaram previsíveis nas cenas. O diferencial de Tempos Modernos está justamente nisso. Não há bordões. Não há situações bizarras para se criar humor pastelão e que são repetidas a exaustão. Há texto, há profundidade das situações e das falas e há humor, muito humor, mas humor com conteúdo.

O que se percebe com tudo isso? Que não há mais espaço para novelas que apostam num humor diferente, um humor crítico, ácido, com contextualização, com referências. Não o rir pelo rir, mas o motivo, o fundamento do humor. Eu quero muito estar enganado, mas a impressão que se dá é que novelas como Guerra dos Sexos e, principalmente, Que Rei sou Eu, sucessos da década de 80 e com humor de qualidade, seriam fiascos nos dias de hoje. Por isso, está claro que o problema de Tempos Modernos é um só: o público.

*Este texto também está disponível no site Famosidades. O melhor conteúdo sobre o mundo dos famosos.

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