quarta-feira, 3 de março de 2010

Acabou. Nesta terça-feira, nós telespectadores, participamos de um momento histórico para a Televisão Brasileira. A exibição do último capítulo de Poder Paralelo pela Rede Record foi o principal momento da televisão brasileira entre os anos de 2009 e 2010 e colocou a novela entre os principais folhetins da história.

O último capítulo da novela foi exatamente como toda a trama, cheia de surpresas, de reviravoltas, de situações alucinantes e com muita, muita emoção. Lauro César Muniz esteve inspirado durante esses 11 meses de exibição, mas neste último capítulo a inspiração foi especial, foi impressionante, foi invejável. Lauro César caminhou pelos núcleos do folhetim, criando expectativa a cada cena, a cada fala, a cada situação criada.

E em tempos de última temporada de Lost, em que o público quer respostas, o autor de Poder Paralelo mostrou que é possível fazer das respostas ainda mais impressionantes que as próprias perguntas. Afinal, surpreender, sem perder o foco, sem destoar e sem tornar-se incoerente é muito, muito difícil, mas um dos mestres da teledramaturgia brasileira conseguiu este feito.

O julgamento de Nina (Patrícia França) foi bem diferente de tudo que já vimos na TV. O promotor, o advogado, o juiz, tudo muito bem bolado. E o autor conseguiu criar no público expectativa, mesmo todo mundo sabendo que ela seria inocentada, já que é a mocinha sofredora que merece final feliz. Surpreender o telespectador diante disso, somente com maestria, maestria que Lauro César tem de sobra. Quer surpresa maior que um grito de "Viva o Juiz" em pleno tribunal?

A morte de Bruno (Marcelo Serrado) foi um caso a parte. Eu já sabia que o fim do personagem seria numa explosão, e o Blog já havia adiantado isso num texto. O que não se sabia era que o texto seria tão saboroso, que a situação seria tão fenomenal. Deu agonia ver o Bruno preso no carro, deu desespero ver o olhar maligno de Dom Caló (Gracindo Júnior) e deu vontade de aplaudir de pé a cena quando houve a explosão e Bruno Villar teve seu fim merecido.

O guri, ah o Guri. Eu sempre soube que Lauro César não iria colocar um personagem óbvio para ser o serial killer, e muito menos com motivos óbvios. Mas confesso que somente desconfiei de Paulo Garzia (Nicola Siri) nesta semana. Foi surpreendente a forma como foi apresentado o guri. A cena em que Paulo confessa toda sua inveja, todo seu ódio de Tony (Gabriel Braga Nunes) foi muito emocionante e rica em nuances importantes. E, acima de tudo, a explicação do personagem para os crimes fez sentido. Pleno sentido.

Torci. Torci muito para que Tony terminasse seus dias com Fernanda (Paloma Duarte, que mais uma vez roubou a cena), mas confesso que gostei da forma como ele terminou ficando com Lígia (Miriam Freeland), foi bonito, emocionante. Tudo porque antes, numa cena impecável em que Paloma Duarte mostrou de novo porque é a melhor atriz em atividade no Brasil, ela e Tony deixaram tudo às claras. "O mais importante pra mim agora é este filho, um pedacinho de você, a parte mais importante de você", disse Fernanda Lira se despedindo do grande amor de sua vida. Emocionante.

Com um último capítulo acima da média - desculpem a redundância, mas muito, muito, muito acima da média - Poder Paralelo fechou sua página de sucesso. Lauro César Muniz, direção e elenco encerraram um ciclo importante, um ciclo vitorioso, um ciclo que mostrou que é possível fazer teledramaturgia de qualidade fora da Globo. E Poder Paralelo deixa a TV para entrar para a história da teledramaturgia do Brasil.


5 Quebraram tudo:

Anônimo disse...

Poder Paralelo eternamente..Mais 1 super sucesso da Rede Record!

Anônimo disse...

Parabéns a todos atores e produção!...Não me decepcionei de acompanhar durante esses 11 meses, essa grande produção!

Gabriel Borba disse...

O final de Poder Paralelo foi realmente muito bom, com algumas exceções: vamos combinar que a cena no hotel tava mais pra velório ou enterro do que homenagem: uma mesa cheia de flores no meio da sala e a Luiza colocando uma debaixo da foto? Por favor. Uma cena totalmente descartável para um último capítulo de novela. Se era para falar sobre empregos a ex-detentos que se trouxesse o cara de volta então.
O julgamento foi diferente (um pouco forçado em alguns momentos), mas a sequência foi salva pelo grito de "Viva o Juiz".
A revelação da identidade do Guri foi interessante (na última hora dava pra dizer que era o filho do Bruno), mais por ser o Garzia do que pela explicação dos crimes, que achei fraca. Os motivos para o começo dos crimes foi muito bem bolado, mas para os demais ficou esquisito (usaram o recurso do vilão louco, mais uma vez - "me senti um Deus!"). Além disso, e a foto? De quem é? Se houve explicação durante a novela confesso que não vi.
Deixando de lado a parte melodramática (mais para melo que para dramática) o capítulo foi muito legal.
O ápice, como não poderia deixar de ser, foi a morte do Bruno, que ficou ainda melhor quando, na explosão do carro, consegue-se ver nitidamente o corpo de Dom Caló queimando do lado de fora. O efeito foi muito bem feito. Pelo menos valeu a pena deixar o Gracindo Júnior "dormindo" durante dois meses de novela.
Se pudesse apontar um defeito, diria que o autor fez, no final da novela, um Toni Castellamari meio "bundão": o cara não fez nada pra ninguém, não vingou nada, as mulheres decidiram o destino dele, bastava dizer "não me mata" e o cara afrouxava, enfim... só faltou mostrar o cara trocando fralda.
Um abraço.

Daivison Tavares disse...

Eu particularmente poderia apontar vários defeitos no final de Poder Paralelo,mas muitos desses defeitos o meu colega acima já citou.Então vou me deter em minha opinião.Eu gostei que Toni terminou com Lígia pelo simples fato que ela era uma mulher para ser esposa,e se Toni queria acalmar mais a sua vida e até quis se tornar cidadão brasilero de novo,isso significava que ele queria uma vida como todos e essa vida ele só poderia ter ao lado de Lígia.Fernada era uma mulher que aceitou ser amante por duas vezes,então ela só poderia terminar só,ou sendo amante.A descoberta de quem era o Guri eu gostei porque foi um personagem nada óbivio,se bem que eu já desconfiava da Neide,mas do Paulo não,então realmente foi uma surpresa.E o julgamento de Nina eu vou simplesmente resumir em uma palavra:PATÉTICO.Apesar de todo mundo já saber que ela seria inocentada,ele de tornou ridículo pela forma que foi conduzido,muito artificial,os figurantes com péssima atuação.
Eu gostei do final de Poder Paralelo,mas não diria que foi ótimo,mas foi bom,admissível e levo em conta que foi um dos finais de novela que superou até os das novelas da Globo e olhe que é difícil.

Yuri Silva disse...

Essa, com certeza, foi a segunda melhor novela de todos os tempo. Só A favorita supera Poder paralelo. Esse, com certeza, foi um fruto de um momento muuuuuuuito inspirado do suuuuuuper competente Lauro César Muniz. E, pela primeira vez, eu chorei ao ler um texto. Parabéns ao blog. Muuuuuuuuitas saudades de Poder Paralelo. Sem mais.

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