sábado, 12 de dezembro de 2009

Espaço Cinema


Decidi que vou usar o espaço de sábado, em que normalmente não posto muito, para falar de Cinema. Não vou dar dicas de filmes antigos, para vocês locarem, nem vou fazer críticas de filmes. As críticas dos filmes saem conforme eu for assistindo e achar interessante fazer uma crítica neste espaço. Aos sábados vou indicar, claro que com uma pitada crítica, algum filme, lançamento do ano (dos últimos 12 meses, já que estamos mudando de ano em breve, ne?).

Hoje quero falar e indicar de olhos fechados o melhor filme da década. Bastardos Inglórios. O filme é impressionante do início ao fim, sem dar tempo para o espectador respirar ou pensar muito nas frases, pois uma nova cena já surpreende novamente a todo minuto.

De Quentin Tarantino, Bastardos Inglórios, mostra que é possível abordar a violência de forma inteligente, como arte e não apenas a violência como forma de obter melhores resultados de audiência ou maior público. Tarantino é o cineasta responsável por Kill Bill, filme de grande sucesso e também de Pulp Fiction (Tempos de Violência, no Brasil), este último uma obra de arte do cinema mundial.

Bastardos Inglórios, na verdade, salvou a década aos 44 do segundo tempo. Não encontramos outro filme neste novo milênio que seja comparado aos grandes sucessos do Cinema e, aparentemente, não encontraríamos mais. Bastardos veio para mostrar que ainda é possível fazer cinema não apenas com qualidade, mas com uma impressionante qualidade técnica, de roteiro, de fotografia e de interpretação.

Definitivamente quem perdeu a chance de ver o filme no cinema, deve correr e alugar ou comprar o DVD, pois sem dúvida vale a pena. A violência é pulsante, interessante e improvável e, em meio a tanta violência, ainda temos a oportunidade de nos deliciarmos com diálogos incríveis, tiradas brilhantes e humor negro que somente Tarantino é capaz de brindar seu público.

Em tempos que somos obrigados a aguentar filmes como O Código da Vinci ou mais recentemente Crepúsculo e Lua Nova, tantas porcarias do cinema americano, Bastardos Inglórios é a luz no fim do túnel.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

1º Troféu TVxTV - Voto do Júri


Chegou o momento de divulgar os vencedores do 1º Troféu TVxTV eleitos através do Júri escolhido pelo blog. Foram dez pessoas designadas a escolher apenas um entre os concorrentes nas diversas modalidades, houve um certo equilíbrio em algumas áreas, outras, nem tanto. Vamos aos resultados e a pequenos comentários:

Melhor Série ou Minissérie: Som e Fúria (Rede Globo)

A série veio para revolucionar a forma de se fazer televisão dentro do conceito serial. Inspirada numa série canadense, Som e Fúria vinha com a grife de Fernando Meireles que não decepcionou e fez o melhor trabalho de dramaturgia da TV brasileira em 2009.

Melhor Novela: Poder Paralelo (Rede Record)

Muito se diz que novelas são sempre mais do mesmo. Lauro Cézar Muniz parece obcecado em provar que isso não é verdade. Poder Paralelo inovou completamente o gênero de telenovelas no Brasil, de quebra vem tendo um roteiro espetacular, com diálogos que parecem presentes ao telespectador. Resultado? A melhor novela do ano.

Melhor ator: Felipe Camargo, por Dante em Som e Fúria (Rede Globo)

Felipe Camargo ficou muito tempo sumido da TV. Após surgir no fim da década de 80 como potencial novo galã, o ator se envolveu em drogas, teve um casamento conturbado com Vera Fisher e desapareceu de grandes trabalhos na televisão. Lembrado para protagonizar Som e Fúria, Felipe não decepcionou e fez a melhor composição masculina de um personagem em muito tempo. O melhor ator com todos os méritos.

Melhor Atriz: Paloma Duarte, por Fernanda Lyra em Poder Paralelo (Rede Record)

Uma atriz que sempre tinha pequenos papéis ou superficiais em novelas globais. Na Record teve a infelicidade de protagonizar uma novela sem pé nem cabeça como Cidadão Brasileiro. Em 2009 Paloma Duarte prova que é sim uma das melhores atrizes de sua geração, através de uma composição incrível da protagonista mais controversa das telenovelas brasileiras em muito tempo, Fernanda Lyra. Paloma é a atriz do ano.

Melhor Ator Coadjuvante: Bruno Gagliasso, por Tarso em Caminho das Índias (Rede Globo)

Bruno Gagliasso já fez bons trabalhos, mas nenhum parecido com Tarso Cadore. Numa novela ruim, seu personagem se destacou pelos conflitos e muito disso se deve a excepcional interpretação do ator que soube dar vida a um esquizofrênico sem cair no clichê. De fato ele foi o melhor coadjuvante de 2009.

Melhor Atriz Coadjuvante: Patrícia França, por Nina em Poder Paralelo (Rede Record)

Patrícia França tem uma carreira recheada de bons personagens. Ela sabe escolher os melhores personagens para interpretar e novamente acertou ao aceitar dar vida a Nina, a sofrida mulher de Poder Paralelo. Com uma história confusa, cheia de conflitos e altos e baixos, Nina é um dos destaques da novela também graças a Patrícia França que leva o prêmio com méritos.

Atriz Revelação: Larissa Maciel, por Maysa em Maysa (Rede Globo)

Larissa Maciel é o que se pode chamar de revelação. Com um rosto desconhecido do público, ela apareceu na TV vivendo a cantora Maysa na minissérie no começo de 2009 e ainda hoje, quase um ano depois ainda é lembrada por todos. Um furacão, essa é a melhor forma de definir sua atuação no papel, roubando a cena e sendo destaque absoluto.

Melhor Apresentador de Programa: Sílvio Santos (SBT)

Um ano em que teve de concorrer com mudança de horário, enfrentar seu pupilo Gugu Liberato, agora na emissora rival. Nada disso foi capaz de tirar o brilho do maior comunicador de todos os tempos no Brasil. Sílvio Santos parece ter resgatado suas forças sabe-se lá de onde e fez um programa excepcional em 2009 com muita inovação e quadros ótimos.

Melhor Apresentadora de Programa: Eliana (SBT)

Após anos na Rede Record, Eliana mudou, voltou para sua primeira casa e, no SBT, vem fazendo um trabalho grandioso. O seu programa aos domingos é sem dúvida a melhor opção do fim de semana e o melhor programa de auditório em muito tempo na tv aberta brasileira. Sem apelar, com quadros interessantes e sempre primando pela qualidade, Eliana merece o prêmio.

Melhor Programa de Humor: A Grande Família (Rede Globo)

Quantas temporadas. E nada tira o fôlego de A Grande Família. Já houve renovação no elenco, com novos personagens entrando, mas o foco principal da história é mantido, o elenco principal é mantido e incrivelmente a história não cansa, nunca. Com um roteiro espetacular e situações muito engraçadas, a série continua encantando o público brasileiro e leva o prêmio sem dificuldades.

Melhor Programa de Auditório: Eliana (SBT)

Tudo que se foi dito para a apresentadora receber o prêmio se encaixa perfeitamente ao Programa Eliana no SBT. Ninguém acredita que seria possível um apresentador arriscar abrir mão de baixarias e de apelações e se concentrar apenas em qualidade e entretenimento para fazer um programa. Eliana veio para provar que o público gosta sim desse formato e por isso não existe outro melhor para ser premiado no ano.

Melhor Telejornal: Jornal Nacional (Rede Globo)

Como eleger outro se este é o telejornal da família brasileira? E ainda mais num ano em que a produção decidiu ser o tempo - já tardio, até - de tirar o gesso do formato e tornar o Jornal Nacional mais próximo de seu telespectador. Apresentadores mais descontraídos, reportagens sérias, mas também com outros formatos, o Jornal dá provas de jornalismo com qualidade e competência.

Melhor Programa Jornalístico: Profissão Repórter (Rede Globo)

O Profissão Repórter é uma pérola da Tv brasileira, dessas que precisam ser cuidadas para não se perder nunca. Caco Barcelos e sua equipe souberam fazer um programa muito interessante mostrando os bastidores da notícia e chamar a atenção do telespectador para este formato. Além de nos presentear com ótimas coberturas.

Melhor Programa de Esportes: Globo Esporte (Rede Globo)

Eu não tenho dúvida alguma que muito deste prêmio se deve ao apresentador Tiago Leifert. Ele inovou a forma de se apresentar um programa na Rede Globo. O canal mais engessado do país, que não aceita descontração em seu telejornalismo, viu um rapaz apresentar o tradicional Globo Esporte da forma mais divertida e próxima de seu público, e o resultado? Um ótimo programa.

Melhor Apresentador de Jornal: Willian Bonner (Rede Globo)

Willian Bonner é o retrato do Jornal Nacional. Sua seriedade e a forma eficaz com que apresenta as notícias do Brasil e do mundo chamam a atenção do telespectador. Queira ou não, ele exerce fascínio sobre seu público, tanto quanto um animador e por isso é indiscutível o melhor naquilo que faz.

Melhor Apresentadora de Jornal: Fátima Bernardes (Rede Globo)

Ela nunca foi unanimidade, mas certamente 2009 foi um dos melhores anos da carreira de Fátima Bernardes. Quando a Globo desengessou o Jornal Nacional, Fátima ficou mais livre, solta e conseguiu encontrar um tom perfeito de apresentação das notícias. Hoje, pela sua entonação, já se sabe o tipo de notícia. Por isso merece o prêmio.

Melhor Quadro de TV: Os Opostos se Atraem, em Eliana (SBT)

Definitivamente foi o ano de Eliana. Além de se consolidar como uma força dos domingos, apresentadora madura e com um programa de qualidade. O quadro Os Opostos se Atraem foi certamente o maior achado no entretenimento brasileiro em 2009. Divertido, ágil e sem nenhuma apelação, o quadro caiu no gosto popular e dá ótimos resultados de audiência.

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O grande vencedor dos DVD's Hilda Furacão e A Muralha foi Gustavo Alencar. Parabéns, o blog vai entrar em contato com você via e-mail para pedir detalhes de seu endereço. Obrigado a todos que participaram da votação e outras promoções assim virão.

A impressionante qualidade de Tropa de Elite


É importante se reconhecer quando há trabalhos positivos na TV brasileira, disso não há dúvida. Este fim de ano tem sido promissor em mostrar que a televisão brasileira aberta é capaz de produzir produtos de qualidade. Cama de Gato na Rede Globo e Poder Paralelo na Rede Record dão provas diárias de que é possível inovar as novelas e inovar com qualidade.

Cinquentinha, minissérie da Rede Globo também segue dando provas em seus três episódios, de que a inovação é necessária para manter a criatividade em alta. A minissérie apresenta um bom produto para o telespectador que está acostumado a programas medianos em todas as áreas - medianos para ser muito otimista.

Esses três produtos de teledramaturgia mostram um Brasil mais forte e capaz de melhorar a cada ano. Uns podem esnobar as telenovelas por considerarem uma sub-arte, outros podem achar o modelo muito parecido e tudo muito repetitivo, mas isso é um olhar superficial e de quem já faz uma pré análise sem boa vontade.

Mesmo assim, quando nos deparamos com um produto de dramaturgia como o exibido na noite de quinta-feira pela Rede Record, paramos e entendemos o motivo de alguns críticos torcerem o nariz para novelas e minisséries. Tropa de Elite dá uma lição de produção em tudo que há na TV brasileira atualmente.

O roteiro desse filme é impecável, com cada diálogo, cada texto muito bem trabalhado e tendo inúmeros significados e traçando uma variante quase infinita de possibilidades. A fotografia do filme - apesar de me incomodar por não ser adepto do modelo - também é elogiável, dentro daquilo que a direção de fotografia se propôs a fazer, o trabalho esteve muito bom. E as atuações mostram que filmes brasileiros podem sim ter excelentes profissionais trabalhando. O elenco está todo muito afinado, mas é impossível não fazer pela milésima vez menção a Wagner Moura. Como Capitão Nascimento, Moura eternizou sem dúvida, o mais complexo, emblemático, profundo e melhor interpretado personagem da história do Cinema nacional.

É evidente que não se pode comparar um filme que tem no máximo três horas de duração com uma novela que vai 8 meses. Mas o fato indiscutível, é que a qualidade de roteiro de Tropa de Elite é algo que está anos-luz dos roteiros da maior parte das telenovelas. Assistir Tropa de Elite, ver os diálogos excepcionais do filme e pensar que num mesmo país o produto mais assistido atualmente é Viver a Vida, dá até raiva.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

1º Troféu TVxTV - Voto Popular


Fiquei muito satisfeito com a participação em massa dos internautas que frequentam este espaço e mais satisfeito ainda por ver que a idéia do 1º Troféu TVxTV foi aprovada pela grande maioria dos meus leitores que fizeram questão de votar, de opinar e de indicar os seus melhores.

A votação se encerrou ontem, como estava estabelecido nas regras, hoje, vou divulgar os vencedores em todas as categorias que foram eleitos pelos internautas e amanhã darei o resultado do Júri Técnico que também já votou e elegeu os seus prediletos dentro dos critérios adotados pelo blog, mas confesso que não houve tantas diferenças.

Somente amanhã, porque todo suspense é mais divertido, irei divulgar o vencedor e o nome de quem será premiado com os DVD's de Hilda Furacão e A Muralha. Não fiquem tristes ou bravos, um dia a mais não faz diferença. Vamos ao resultado, como diria Rodrigo Faro: O Brasil votou e já escolheu... confira os vencedores do 1º Troféu TVxTV no voto popular:

Série ou Minissérie: Som e Fúria (Rede Globo): 31%

Novela: Caras e Bocas (Rede Globo): 45%

Ator: Felipe Camargo, por Dante em Som e Fúria (Rede Globo): 25%

Atriz: Paloma Duarte, por Fernanda Lyra em Poder Paralelo (Rede Record): 25%

Ator Coadjuvante: Bruno Gagliasso, por Tarso em Caminho das Índias (Rede Globo): 56%

Atriz Coadjuvante: Isabelle Drummond, por Bianca em Caras e Bocas (Rede Globo): 42%

Ator Revelação: Marco Pigossi, por Cássio em Caras e Bocas (Rede Globo): 39%

Atriz Revelação: Larissa Maciel, por Maysa em Maysa (Rede Globo): 52%

Apresentador: Luciano Huck (Rede Globo): 48%

Apresentadora: Eliana, (SBT): 42%

Programa de Humor: CQC, (BAND): 45%

Programa de Auditório: Caldeirão do Huck, (Rede Globo): 45%

Jornal: Jornal Nacional, (Rede Globo): 37%

Programa Jornalístico: Profissão Repórter, (Rede Globo): 37%

Programa Esportivo: Esporte Espetacular, (Rede Globo): 45%

Apresentador de Jornal: William Bonner, (Rede Globo): 41%

Apresentadora de Jornal: Fátima Bernardes, (Rede Globo): 32%

Quadro da TV: Top Five, (BAND): 47%

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A boa impressão de Cinquentinha


Desde Senhora do Destino que Aguinaldo Silva constantemente erra a mão ao escrever seus trabalhos. A novela de maior audiência da década no horário da Rede Globo já era uma tortura de ser assistida, tão popularesca, caricata e esterotipada quanto programas populares tão criticados pelo Brasil afora. Duas Caras novamente apresentou-se como uma aposta popular do autor e acabou virando um samba do criolo doido, dessa vez isso não aconteceu com Cinquentinha.

A minissérie que estreou nesta terça-feira mostra o mesmo Aguinaldo de sempre, que sabe desenvolver diálogos populares não importando se a personagem é podre de tão rica ou se sequer teve educação, o fato é que Aguinaldo cria personagens prontos a explodir em confusões e com palavreados mais próximos da realidade humana.

Cinquentinha nos apresentou as três protagonistas de Suzana Vieira, Marília Gabriela e Beth Lago muito bem. São três estereótipos muito bem definidos de mulheres da meia idade e com dificuldade de encarar o futuro, se fincando - cada uma a seu modo - no passado. Todos os estereótipos estão ali: a perua rica, a posuda falida, a maluca que se acha moderna. Outros personagens também são completamente esterotipados e clichês.

Isso é ruim? Não necessariamente. Toda obra cai no estereótipo, é impossível se fugir deles em pleno século XXI. O que diferencia um programa de qualidade dos outros é justamente saber conduzir tantos modelos de pessoas. E o primeiro episódio da minissérie fez isso muito bem. As protagonistas todas são vazias até a hora da morte, mas tem problemas profundos e certamente questionamentos ainda mais profundos que faz com que muitas se identifiquem com elas.

A ousadia do primeiro episódio mostrando várias cenas quentes, como Suzana Vieira pegando seu motorista num motel xexelento (como diria Sílvia, também de criação de Aguinaldo), ou então a personagem de Marília Gabriela, esta sim, ousada por demais, que apenas em um episódio já esteve com um aspirante a modelo menor de idade e nesta cena deu pra notar que o rapaz realmente estava nu e depois, ela ainda teve uma relação homossexual, não mostrada no ar, mas vimos a mostra parte de seus seios.

Este tipo de ousadia é permitido graças ao horário e, aparentemente, Aguinaldo Silva vai saber lidar com isso sem apelar, sem colocar sexo por sexo como foco principal apenas para obter audiência. E esta atitude por si só já é louvável.

As atuações também estão todas no ponto, mesmo assim, duas atrizes se destacam, Beth Lago, como sempre esbanjando talento e interpretando apenas com o olhar e com uma - sim uma - sobrancelha. E Ângela Vieira que em duas cenas roubou a cena com sua personagem lésbica, ela soube dar um toque único de interpretação, fugindo completamente do clichê.

Enfim, Cinquentinha estreou sem badalação, aliás isso é característico nos trabalhos do autor, mas com uma pegada tão forte que parece deixar a impressão que vem aí outro sucesso de Aguinaldo Silva, é esperar pra conferir. Potencial parece ter, pelo menos no primeiro episódio, Cinquentinha está ano-luz a frente dos últimos dois trabalhos do autor.

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As votações para o 1º Troféu TVxTV estão encerradas. Amanhã divulgaremos o resultado no blog e quem é o vencedor dos DVD's.

Bom ver o CQC no rumo certo


Ha tempos eu vinha perdendo a vontade de assistir ao CQC na Band. Após uma temporada explendorosa em 2008, o humorístico vinha perdendo a mão a cada semana neste ano de 2009 e caminhava a passos largos para terminar o ano de forma deprimente.

Após muitas semanas com pautas sofríveis, além de um roteiro baixo e com humor ácido, mas nada inteligente, que começava a aproximar o humorístico do Pânico na TV, o CQC voltou a entrar no seu próprio eixo de humor refinado, politizado e com tacadas sensacionais na hora certa e isso já por duas semanas consecutivas, o que dá um alento a todos.

Não é que o Pânico tenha um estereótipo ruim de humor, o fato é que nenhum outro programa pode tentar se aproximar do estilo dos humoristas do Pânico na TV, pois em humor escraxado e zombeteiro, eles são únicos no Brasil, pelo menos até agora. O CQC não conseguia sequer chegar perto da qualidade das tiradas dos humoristas da Rede TV quando tentaram se arvorar por este caminho.

Mas nas duas últimas segundas-feiras, o programa voltou ao seu tom, os quadros novamente foram ótimos e as tiradas de cada um dos repórteres estavam especialmente engraçadas. Além de tudo, o trio de apresentadores vem mostrando estar no melhor momento novamente, com diálogos divertidos e alguns momentos sensacionais.

Os "homens de preto" têm entrado em algumas polêmicas devido suas frases fora do programa - principalmente no twitter - e algumas pessoas estão misturando o programa com o que pensam seus funcionários e uma coisa independe da outra. O fato inegável é que o CQC entrou novamente no eixo e aspira um melhor ano para 2010.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Acabou Viver a Vida


Depois de muito tempo sem falar uma palavra de Viver a Vida, a novela do horário nobre da Rede Globo, decidi que o tempo oportuno. Nesse período a novela continuou em baixa na audiência e, já tendo ultrapassado 70 capítulos não conseguiu chegar ao patamar dos 40 pontos, o que é motivo de preocupação, pois certamente sua média final será muito afetada (aliás, Viver a Vida está a frente somente de Caminho das Índias em toda a década, e ainda assim com uma diferença menor que um ponto e já está a quase 2 pontos atrás de A Favorita.).

A novela não tem audiência por uma série de fatores, alguns deles inclusive externos, como a concorrência que vem crescendo. O SBT com Sobrenatural e a Record com A Fazenda tem conseguido roubar alguns pontos da novela global, mas nada de surpreendente, pois a soma das duas emissoras não dá tão mais do que em anos anteriores.

O grande problema de Viver a Vida é Viver a Vida. Foram mais de 70 capítulos e a novela não disse a que veio, aliás, disse, ela veio para ser lembrada certamente como a pior novela de Manoel Carlos conseguindo a proeza de ser ainda pior que Páginas da Vida.

Uma trama arrastada - marca registrada de Maneco nos últimos tempos - cheia de didatismos desnecessários, alguém ainda aguenta o Miguel explicando tecnicamente o que é a tetraplegia? Ele já fez isso em todos os núcleos, logo ele vai aos programas da emissora falar sobre o tema. Além disso tudo, ocorre que a trama em si inexiste, simplesmente inexiste. Qual a história da novela, alguém sabe?

A mocinha Helena já foi auto-confiante, nariz empinado, chata, mesquinha, apaixonada, sem auto-estima, chorona, amiga e com tantas facetas de personalidade a única conclusão a que se pode chegar é que ela na verdade é esquizofrênica. A protagonista anda e passeia pelos núcleos como uma barata tonta que não tem história alguma para contar.

Giovana Antonelli que desde antes da estreia era tida como a grande vilã da década e que Maneco iria surpreender o país com essa personagem, ainda não disse a que veio. Coitada, ela não passa de um objeto de enfeite para a novela sem ter história alguma. E pior, de vilã, a moça não tem nada, ao contrário, ela é muito mais mocinha que a própria protagonista.

Todos os núcleos de Viver a Vida são chatos e modorrentos. Não há uma única história capaz de prender o telespectador. A história da Luciana? Nem tanto assim, o excessivo didatismo e o dramalhão mexicano que o diretor tem feito das cenas atrapalha muito o desenrolar da história e faz com que o telespectador enjoe rápido, como já aconteceu.

A novela - assim como todas as novelas ruins - tem alguns personagens interessantes. Neste caso, o melhor deles é vivido por Barbara Paz. Renata é a única pessoa de toda a novela com uma história interessante, que realmente vale a pena acompanhar, a interpretação de Bárbara está impecável, inclusive, a melhor da novela.

Manoel Carlos e seus defensores xiitas não cansam de dizer que seu estilo é de narrar com calma os fatos do cotidiano, que ele é o autor que mais se aproxima da realidade. Isso é um engano, Viver a Vida é cheia de cenas irreais (a cena em que Helena pede perdão a Thereza é uma prova disso, eu tinha a impressão que Thalía apareceria em cena dançando Maria do Bairro) e mesmo assim, Maneco se esquece de algo, novela é teledramaturgia, dramaturgia implica drama, histórias com fundos dramáticos e Viver a Vida não tem nem nunca teve isso.

Por isso o título deste artigo é sugestivo, de fato, 70 capítulos depois, dá pra dizer que Viver a Vida acabou, porque se em 1/3 da trama a novela não engrenou e não chamou a atenção, podemos desistir e esperar a próxima, porque dali não vai sair nada. Nada mesmo.

Este artigo também estará disponível no site Famosidades. O melhor site sobre o mundo dos famosos

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